A Sandoz, divisão de medicamentos genéricos do grupo Novartis, firmou um acordo comercial com a Eli Lilly do Brasil que permitiu à empresa colocar no mercado brasileiro, antes mesmo do fim da vigência da patente, uma versão genérica do Cialis, a Tadalafila
O Cialis é indicado para o tratamento de disfunção erétil e concorre com o Viagra (da Pfizer) e seu genérico, o Citrato de Sildenafila, num mercado que, no país, gira em torno de 53 milhões de unidades por ano ou R$ 500 milhões.
Os primeiros lotes do genérico do Cialis já chegaram às farmácias e a expectativa da Sandoz é a de que o mercado, considerando-se somente números do medicamento de referência, dobre de tamanho no primeiro ano de venda do genérico, para 5 milhões de unidades.
O acordo, inédito para a Sandoz no que se refere ao lançamento antes do fim da patente e exclusivo até que isso ocorra, na segunda metade de março de 2015, prevê que a produção e a embalagem da Tadalafila caberão à Eli Lilly no Brasil, enquanto a promoção e a comercialização do medicamento em todo o país ficarão com a Sandoz.
“Todo o estoque inicial foi vendido, atendendo às expectativas. O mercado do Cialis deve crescer em volume e em valor à medida que chegarem as versões genéricas”, disse ao Valor o diretor de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Sandoz, Diego Santoro.
A título de comparação, lembrou o executivo, depois que a patente do Viagra expirou e versões genéricas foram lançadas, o mercado do medicamento cresceu 500% – hoje são onze fornecedores e os genéricos respondem por mais de 90% do mercado para disfunção erétil em volume.
Inicialmente, a Tadalafila será 35% mais barata que o Cialis. Após o fim da patente, porém, a expectativa é a de alguma erosão nos preços, em razão da chegada de novos genéricos ao mercado.
O acordo comercial, afirmou Santoro, foi aprovado sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 30 de outubro e, em 15 de novembro, foi iniciada a venda da Tadalafila, com foco nas grandes redes de farmácia e distribuidoras.
A suíça Novartis registrou vendas de US$ 14,7 bilhões no terceiro trimestre, alta de 4% na comparação anual, enquanto as vendas líquidas da Sandoz, no mesmo intervalo, subiram 6%, para US$ 2,4 bilhões – o crescimento de 14% do volume comercializado mais que compensou a erosão de preços de sete pontos percentuais.
Valor Econômico
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