Profissional afirmou à polícia que não poderia deslocar até a casa da vítima, que mora em frente ao ponto de apoio da unidade, sem que recebesse o comando da "Central"
Um enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi conduzido à delegacia na noite dessa quinta-feira (19) suspeito de omitir socorro a uma idosa de 67 anos em Nova Lima, na região metropolitana Belo Horizonte. Por falta de socorro, a dona de casa, que mora em frente ao ponto de apoio da unidade de atendimento, morreu.
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, policiais faziam patrulhamento de rotina na praça Bernardino de Lima, no centro da cidade, quando foram acionados por populares informando que, por causa de uma confusão em um imóvel, Aide das Graças Valadares estava passando mal.
Policiais deslocaram até a casa, na rua Benedito Valadares, e encontraram a mulher deitada queixando-se de falta de ar. A corporação começou a realizar os primeiros socorros. Nesse momento, uma viatura da Guarda Municipal também chegou ao local. Diante da situação da vítima, uma das guardas foi até o ponto de apoio do Samu e pediu que o enfermeiro de plantão deslocasse até a residência para fazer o atendimento. O profissional de 47 anos teria se negado sem informar o motivo.
A guarda voltou para casa de Aíde e, minutos depois, retornou à unidade, onde, mais uma vez, o profissional afirmou que não deslocaria até a residência sem que tivesse um chamado da Central do Samu. Dessa forma, para que o socorro fosse feito, seria necessário entrar em contato primeiro pelo telefone 192 e solicitar uma viatura.
Ainda conforme o boletim da polícia, o enfermeiro só foi ao imóvel após 30 minutos. O socorro foi prestado, a dona de casa foi encaminhada ao Hospital Nossa Senhora de Lourdes, mas não resistiu. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Por causa da omissão, a guarda deu voz de prisão ao enfermeiro, que foi encaminhado à Central de Flagrantes I (Ceflan), em Belo Horizonte, para prestar esclarecimentos.
A reportagem de O TEMPO fez contato com a central do Samu, mas foi informada que apenas a assessoria de imprensa pode comentar o caso. Por sua vez, a assessoria não atendeu às ligações.
A reportagem também tentou verificar com a Polícia Militar e com a Guarda Municipal se a idosa não poderia ter sido encaminhada ao hospital na viatura de uma das corporações, mas nenhum responsável foi encontrado.
O Tempo
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