A prefeitura de São Paulo confirmou ontem (23) a quinta morte por dengue este ano no município. A vítima foi um homem de 92 anos, residente no bairro do Jaraguá, região noroeste da capital, morto no dia 11 de março. Durante todo o ano passado, foram registradas 14 mortes decorrentes da doença
Até 11 de abril deste ano, foram confirmados 20.764 casos autóctones – quando a doença é contraída no próprio município. Na mesma época do ano passado, os casos confirmados eram 7.125. A proporção das infecções este ano tem se mantido em cerca de 2,5 a 3 vezes o registrado no ano passado.
Na semana passada, a prefeitura recebeu o apoio de 50 militares do Exército para auxiliar no combate à dengue na cidade de São Paulo. Os militares agirão principalmentem em bairros mais violentos. “Se a equipe está acompanhada de um soldado, a pessoa se sentirá mais segura em abrir [a porta]”, disse o prefeito Fernando Haddad, ao anunciar o apoio do Exército. Segundo o secretário adjunto de Saúde de São Paulo, Paulo Puccini, há recusa da visita em 20% das casas.
De acordo com a prefeitura, o coeficiente de incidência de dengue no município (número de casos confirmados para cada 100 mil habitantes) é 184,5. O coeficiente está abaixo do que o Ministério da Saúde considera situação de epidemia (300 casos para cada 100 mil habitantes). No entanto, 11 distritos do município (Brasilândia, Cidade Ademar, Jaraguá, Pirituba, Cachoeirinha, Raposo Tavares, Rio Pequeno, Freguesia do Ó, Perus, Limão e Casa Verde) estão sem situação de epidemia.
“Só falo em epidemia quando pego uma base territorial em que eu estou trabalhando. Só vou falar em epidemia quando o município de São Paulo [por inteiro] atingir determinado valor. Enquanto não atingir, eu chamo de surto”, destacou o secretário adjunto de Saúde de São Paulo, Paulo Puccini.
Ontem, 50 soldados do Exército passaram a participar das equipes da prefeitura que fazem visitas às casas das regiões mais afetadas da cidade. Segundo a prefeitura, 80% dos criadouros do mosquito da dengue são encontrados dentro de residências e apenas 20% em áreas externas e terrenos baldios.
“De cada dez domicílios, em dois não conseguimos entrar. Um dos motivos é o temor da população. Não é fácil abrir a porta para qualquer um. Mesmo [com] o agente uniformizado, muitas vezes, as famílias têm medo. O soldado fardado poderia facilitar a entrada. Usamos a credibilidade do Exército para qualificar nossa ação”, acrescentou o secretário adjunto.
A cidade de São Paulo conta com nove tendas de atendimento emergencial a pacientes com dengue. Elas estão instaladas nos distritos de Jaraguá, Brasilândia, Freguesia do Ó, Cidade Ademar, M’ Boi Mirim, Lapa, Rio Pequeno, Itaquera e Carrão.
Cerca de 7 mil atendimentos foram realizados pelos equipamentos. A prefeitura pede que, aos primeiros sinais de dengue, a população não procure diretamente atendimento nas tendas e se dirija às unidades de saúde, como as unidades Básicas de Saúde (UBS).
Agência Brasil
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