Ato no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na região central da capital, marcou o Dia Nacional Antimanicomial. Fantasiados, embalados pelo samba, os manifestantes levaram faixas e cartazes para defender tratamento humanizado para as pessoas com transtornos mentais
A presidenta da Federação Nacional dos Psicólogos, Fernanda Magano, disse que um dos pontos mais preocupantes atualmente em relação ao tema são as comunidades terapêuticas. Os centros, em grande parte mantidos por entidades religiosas, oferecem atendimento a dependentes químicos. “[As comunidades ] não têm uma posição laica sobre o atendimento da saúde mental. Acabam se eximindo de todas as diretrizes do Ministério da Saúde e fazendo [procedimento] de encarceramento dessas pessoas. São novas formas de manicômio com outros nomes”, criticou Fernanda.
Segundo ela, além de problemas como doutrinação religiosa, um relatório da federação identificou até mesmo denúncias de trabalho escravo nessas comunidades. “Com essa falácia da epidemia de crack, se abriu um espaço enorme para as chamadas comunidades terapêuticas”, disse. Fernanda acrescentou que essa é uma das razões que explicam a expansão desse tipo de atendimento.
Os manifestantes também defenderam o fim definitivo dos hospitais psiquiátricos. “A gente ainda tem uma concentração de leitos psiquiátricos em Sorocaba: são sete grandes hospitais”, disse Fernanda. Essas instituições devem ser substituídas, na visão dos participantes do ato, pelos centros de Atenção Psicossocial (Caps) e, para os casos mais graves, por alas de internação em hospitais gerais.
Agência Brasil
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