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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Reino Unido orienta profissionais a passarem duas horas em pé no trabalho todos os dias

Foto/Reprodução
Caminhar pelo escritório e trabalhar parte do expediente de pé pode reduzir risco de doenças crônicas

Rio - Passar o dia sentado em frente a uma tela de computador pode deixar o chefe satisfeito, mas certamente não deixará o funcionário mais saudável. Pessoas que trabalham em escritório devem ficar pelo menos duas horas do expediente em pé, recomenda o primeiro guia formulado pelo Reino Unido com a intenção de diminuir os riscos do sedentarismo para a saúde.
 
O estudo que levou à nova diretriz, publicado na semana passada no “British Journal of Sports Medicine”, ainda sugere que a cota diária seja, eventualmente, aumentada para quatro horas de movimentação por dia. O mais importante é quebrar os longos períodos em que se permanece sentado, com pequenas caminhadas regulares ou o uso de mesas com altura regulável, conhecidas como sit-stand desks, que permitem que o profissional trabalhe em pé no computador. A cartilha foi elaborada por uma série de peritos internacionais, a pedido do Departamento de Saúde Pública da Inglaterra, para estabelecer recomendações aos profissionais, em um momento em que se multiplicam os estudos que relacionam períodos prolongados na cadeira com um risco maior de doenças graves e morte prematura.
 
De cinco a dez minutos de caminhada leve a cada hora de trabalho é a recomendação ideal, segundo João Felipe Franca, especialista em Medicina do Exercício e do Esporte.
 
— Essa atividade física mínima já melhora a circulação, aumenta o gasto energético e evita edemas em membros inferiores — alerta Franca, sócio da Clinimex, dizendo ainda que, sentados, gasta-se metade das calorias do que de pé. — Passar oito horas por dia sentado é um risco para a saúde a longo prazo. Portanto, use as escadas do escritório, ande para pegar uma água, ou seja, levante-se com mais frequência.
 
O publicitário gaúcho Pettersom Paiva, de 39 anos, passou boa parte da vida profissional “fechado num escritório”, como ele mesmo conta. Hoje no comando da startup Voopter, no Rio, ele não quer mais saber da rotina sedentária. No espaço de coworking Templo, sede de sua firma há três anos, ele passa a maior parte do dia caminhando pelos dois jardins da casa, na Gávea, enquanto faz telefonemas e cria estratégias.
 
— Em vários momentos do dia saio da cadeira para andar, tomar um café, trocar uma ideia com um colega ou simplesmente arejar a cabeça. Rendo mais assim do que quando passava o dia sentado, sem contar o benefício para a saúde. Meus funcionários têm a mesma liberdade e raramente ficam doentes — observa Paiva.
 
Analista de comunicação da empresa de auditoria Deloitte, em São Paulo, a carioca Carolina Vaisman também faz questão de levantar de sua mesa para dar uma volta no prédio, pelo menos quatro vezes ao dia.
 
— Faço pela saúde mental e física. Saio para andar um pouco, beber água ou subo para o outro piso, onde tem uma cafeteria. Nos dias em que não levanto tanto, fico mais cansada — comenta Carolina, de 28 anos. — É que nem quando estou em um avião: se passo muito tempo sentada, sinto um incômodo.
 
Os autores do estudo ressaltam que 60% do tempo que os britânicos passam acordados são gastos com o comportamento sedentário (sentado ou deitado). Entre aqueles com alto risco de uma doença crônica, o índice sobre para 70%. Já quem trabalha em escritório passa de 65% a 75% do tempo do expediente sentado, e mais da metade do período gasto na cadeira fica concentrado em longas horas.
 
“Está surgindo uma evidência clara de que um primeiro passo para mudar esse comportamento é simplesmente fazer com que as pessoas fiquem de pé e se movimentem com mais frequência no dia de trabalho”, diz o professor John Buckley, da Universidade de Chester, no relatório final do estudo.
 
Também se deve evitar ficar longos períodos de pé, o que pode ser tão prejudicial quanto o tempo gasto sentado. O ideal é alternar as posições, além de fazer mudanças posturais e pequenas caminhadas para aliviar a dor muscular e a fadiga do corpo.
 
O Globo

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