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sábado, 25 de julho de 2015

Estados adotam estratégias para investigar a Síndrome de Guillain-Barré

O número de casos confirmados da Síndrome de Guillain-Barré (SGB) no estado da Bahia subiu para 53 casos. A informação está no boletim da Secretaria Estadual da Saúde desta sexta-feira (24)
 
Em relação ao boletim anterior, divulgado terça-feira (21), são três casos novos. Para enfrentar o número crescente da doença, a secretaria montou uma estratégia que envolve diversos profissionais. Entre as ações, está a definição de 12 hospitais de referência, a reserva de 16 leitos nas unidades da capital e do interior e o início de uma investigação epidemiológica.
 
Como a Síndrome de Guillain-Barré não é de notificação compulsória, não há informações exatas sobre a quantidade de casos confirmados da doença em anos anteriores. No entanto, pelo cenário que se desenhou este ano, os profissionais dos hospitais dizem que o número de atendimentos de casos é muito maior do que em outros anos, afirma a superintendente de Vigilância e Proteção à Saúde da Bahia, Ita de Cácia. Ela informa ainda que a secretaria faz estudo retrospectivo para levantar números anteriores da doença no estado.
 
O Ministério da Saúde auxilia a Bahia com o envio de imunoglobulina, utilizada no tratamento da síndrome. Em junho, foram enviadas 300 unidades e, conforme Ita, o estado deve receber, em breve, mais 1.000 ampolas do medicamento.
 
A Síndrome de Guillain-Barré é considerada uma doença neurológica rara. Ela provoca fraqueza muscular e pode gerar paralisia em membros do corpo. De acordo com Ita, as conclusões da investigação epidemiológica da síndrome levam os profissionais da saúde a relacioná-la a doenças causadas por vírus, especialmente dengue, chikungunya e Zika vírus.
 
“Estamos enfrentando atualmente uma tríplice epidemia", disse ela, explicando que, normalmente, quando há tantas pessoas submetidas a um processo infeccioso, o desenvolvimento de um sintoma neurológico nelas fica mais propício, por causa da baixa imunidade. A Guillain-Barré é um desses sintomas, acrescentou Ita.
 
O Ministério da Saúde informa que, até o momento, não há estudos que façam relação entre essas doenças e a Síndrome de Guillain-Barré, mas o boletim da Secretaria de Saúde Bahia constata que, dos 53 casos confirmados, 49 ocorreram em pessoas que já tiveram alguma doença exantemática (que causa vermelhidão na pele, a exemplo das três transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti).
 
Além da Bahia, mais três estados do Nordeste confirmaram casos da síndrome. No Ceará, foram confirmados dez casos até o mês de abril. Em nota, a Secretaria da Saúde explica que “não há variação significativa de casos”, comparando com anos anteriores. Em 2014, foram 38 casos e, em 2013, 32. A secretaria também instituiu a notificação e o detalhamento das ocorrências atendidas nas unidades de aúde.
 
No Maranhão, há 14 casos confirmados, com três mortes. Segundo nota da Secretaria da Saúde, entre esses 14 casos, oito confirmaram ter tido alguma virose antes. De acordo com o secretário da Saúde, Marcos Pacheco, essa relação do paciente, que teve doença causada por vírus e depois desenvolveu a síndrome, é “meramente temporal”. Ele disse que os casos aumentaram agora, logo depois dos surtos [de dengue, chikungunya e Zika vírus], mas ressaltou que essa relação é presumida. "É uma coincidência que leva qualquer autoridade sanitária a ficar pensando nessa relação.”
 
Por causa dessa possibilidade, os gestores da Bahia e do Maranhão reafirmam a importância do combate ao Aedes aegypti. Ambos explicam que a preocupação primária é com o controle das epidemias causadas pelas doenças transmitidas pelo mosquito. “É importante pensar nessa hipótese, porque faz com que possamos reforçar nossos cuidados com o vetor. É fundamental ficarmos responsavelmente antenado nessa possível relação”, ressalta o secretário da Saúde do Maranhão.
 
*Colaborou Maíra Heinen, repórter do Radiojornalismo
 
Agência Brasil

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