Hospital Natan Portela. Foto:Reprodução/TV Clube |
A família de um garoto de 7 anos picado por uma cobra cascavel recorreu ao Plantão Judiciário ontem, domingo (29) em Teresina para conseguir internação da criança após o seu estado de saúde se agravar e ele precisar de uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Com quadro de insuficiência renal, a criança só conseguiu ser internada 12h após dar entrada na unidade de saúde.
Segundo o pai da criança, Claúdio Fernando da Silva Pires, o filho brincava com alguns colegas quando foi picado por uma cobra na terça-feira (24). A família é natural de Timbiras, no Maranhão. Ao buscar atendimento no hospital da cidade, foi administrado o soro antiofídico e o médico manteve a criança internada para observação.
O pai relatou ainda que o médico chegou a dizer que o seu filho estava bem. No entanto, o estado de saúde se agravou e o hospital solicitou a transferência para o Hospital de Doenças Tropicais Natan Portela, em Teresina.
Ainda conforme Claúdio Fernando, o menino teve duas paradas cardiorrespiratórias antes da transferência, fato não informado no prontuário enviado pelo hospital. Ao chegar no Natan Portela, a família foi informada que a criança precisaria de uma UTI e ainda passar por hemodiálise e solicitou uma nova transferência, desta vez para o Hospital de Urgência de Teresina. Com a notícia de que no HUT também não tinha vaga na UTI, a família resolveu procurar a Justiça e conseguiu uma liminar determinando que o hospital internasse a criança, seja em leito público ou na rede privada.
Conforme a direção do HUT, o menino deu entrada às 6h deste domingo na unidade de saúde com insuficiência renal. Aos prantos, o pai da criança aguardava ainda por volta das 18h30 deste domingo que o filho fosse levado para a UTI. Somente após 12h de espera, o menino conseguiu a internação no Natan Portela.
Segundo o HUT, a criança realizou exames laboratoriais e fez no final da tarde a primeira sessão de hemodiálise. Em nota enviada, o HUT disse que a criança estava “respirando normalmente, com monitorização, frequência cardíaca normal, hemodinamicamente estável e em antibioticoterapia”, informou.
A direção do HUT esclareceu que o paciente foi encaminhado sem contato prévio entre as Centrais de Regulação dos Estados do Maranhão e Piauí e que a ausência deste tipo de procedimento coloca em risco a vida de pessoas.
Gilberto Albuquerque, diretor geral do HUT, explica que as transferências de pacientes sem prévio comunicado ou autorização pela Central de Regulação, conforme normas vigentes, prejudica o atendimento acarretando, inclusive, sérios riscos à saúde desses pacientes. “São casos que se repetem e o HUT não tem como assegurar este atendimento sem que ocorra esta comunicação entre as instituições”, ressaltou o diretor.
Leitos insuficientes
De acordo com os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), o Piauí conta com 309 leitos de UTI’s, sendo 180 do Sistema Único de Saúde (SUS), menos da metade do que é preciso, segundo o que preconiza o Ministério da Saúde. Conforme o diretor do HUT, cerca de 10 pessoas precisam por dia de uma UTI na unidade de saúde.
Leitos insuficientes
De acordo com os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), o Piauí conta com 309 leitos de UTI’s, sendo 180 do Sistema Único de Saúde (SUS), menos da metade do que é preciso, segundo o que preconiza o Ministério da Saúde. Conforme o diretor do HUT, cerca de 10 pessoas precisam por dia de uma UTI na unidade de saúde.
A direção do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) afirmou ao G1 nesta segunda-feira (16) que em média três pessoas chegam diariamente com liminar judicial, obrigando a unidade de saúde a liberar vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O problema, segundo o diretor Gilberto Albuquerque, é que em muitos casos o paciente não possui indicação médica para ser internado em uma unidade de tratamento intensivo.
G1
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