Mesmo sentado ou deitado, você está lá e deveria dormir, por exemplo, mas sente uma compulsão, uma agonia nas pernas que só passa quando você começa a andar pela casa. Você se mexe, faz vários movimentos e até sente alívio. O único problema é que aquela inquietação anterior volta com tudo quando você fica em repouso novamente.
Essa sensação estranha sentida nas pernas descrita na cena acima pode ser identificada como Síndrome das Pernas Inquietas. Esse é um distúrbio que acomete os membros inferiores, mas que pode também chegar aos braços, nos casos mais graves. Os sintomas dessa síndrome costumam aparecer com mais frequência à noite, impossibilitando quem a sente de dormir ou dormir bem. O incômodo nas pernas pode até impedir pessoas que tem SPI de fazer viagens compridas e assistir filmes muito longos.
“ A identificação da síndrome é basicamente clínica. Não há um exame de sangue que faça o diagnóstico. A queixa principal no consultório é o impulso irresistível de mover as pernas. Não é uma síndrome tão comum e nem tão rara”, explica o chefe do serviço de Ortopedia do Hospital Federal de Bonsucesso no Rio de Janeiro, Cláudio Mendes.
As consequências para quem sofre a síndrome são perceptíveis no dia seguinte: cansaço, sonolência, indisposição e irritação. As pernas inquietas não escolhem idade ou sexo. Qualquer pessoa pode apresentar os sintomas, mas, no geral, ela é mais comum a partir dos 40 anos.
“Para determinar se o paciente está com a Síndrome das Pernas Inquietas é muito importante que primeiramente sejam descartados doenças como Parkinson, epilepsia leve, hipertensão e diabetes entre outras, mas uma das principais causas que está diretamente ligada ao aparecimento dela é a gestação. É muito comum grávidas sentirem”, conta o ortopedista Cláudio Mendes. Para o alívio das gestantes, os sintomas logo desaparecem apóso parto.
O motivo que as pessoas ficam com essa inquietação nas pernas ainda é desconhecido e, infelizmente, não há cura. Mas já se sabe que a pessoa com SPI evitae cafeína (café e chá preto), além de energéticos, chocolates e outros estimulantes. Quem pratica natação, corrida ou atividades de alongamento, poderá sentir alívio já que essas atividades estimulam bastante as pernas e no final do dia elas estarão mais relaxadas. Se mesmo assim, com todas as condutas abordadas, o desejo irresistível de mover as pernas prevalecer, um neurologista poderá indicar medicamentos específicos.
Evite a automedicação sempre!
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