Foto: U.S. Attorney's Office for the Southern District of Alabama/via REUTERS |
Os promotores dos Estados Unidos acusaram John Kapoor, fundador da empresa Insys Therapeutics, uma das maiores farmacêuticas do país, de pagar propina para que medicamentos opioides fossem prescritos por médicos. O caso foi divulgado nesta quinta-feira (26), mesmo dia em que o presidente Donald Trump declarou a crise dos opioides como uma emergência de saúde pública.
A alegação dos promotores à Justiça é que o ex-CEO e outros executivos pagavam para que os médicos receitassem um remédio chamado Subsys, feito com a substância fentanil, potente analgésico com ação rápida e usado apenas para pacientes com câncer e dor intensa. A maior parte das pessoas que receberam as prescrições investigadas não tinham a doença.
“No meio de uma epidemia nacional de opioides que atingiu proporções de crise, o senhor Kapoor e sua empresa são acusados de subornar médicos para preescrever um opioide potente e cometer fraudes em companhias de seguros para fins lucrativos”, disse o promotor William Weinred, em Boston. “A prisão e as acusações de hoje refletem os nossos esforços para atacar a crise dos opioides de todos os ângulos”, completou.
Kapoor foi preso na cidade de Phoenix, no estado do Arizona, e deve comparecer ao tribunal ainda nesta quinta. Ele é representado pelo advogado Brian T. Kelly, ex-procurador federal conhecido pelo caso do gângster James “Whitey” Bugler. A Associated Press entrou em contato com o escritório de Kelly, que informou que o advogado estava fora da cidade e não estava disponível para comentar o caso.
Outros ex-funcionários da Insys e especialistas da área da saúde, incluindo médicos, se declararam culpados pelos crimes ocorridos também no Alabama e em Connecticut. Um médico de Rhode Island se declarou culpado nesta quarta-feira (25) por aceitar propinas para prescrever um spray de fentanil.
O que diz a empresa
Um porta-voz da empresa, com sede no Arizona, disse que a farmacêutica está sob nova administração. “Nós tomamos as medidas necessárias e apropriadas para evitar que os erros do passado voltem a acontecer no futuro e que comprometam a condução dos negócios de acordo com altos padrões éticos e com os interesses dos nossos pacientes”, disse o comunicado oficial. “Nós também continuamos trabalhando com as autoridades para resolver problemas relacionados às más ações dos antigos funcionários”.
Marketing
A Insys também é processada por suas práticas de marketing. A companhia atua na área política dos Estados Unidos e doou US$ 500 mil para uma campanha do Arizona derrubar uma votação para legalização da maconha. As ações da empresa tiveram uma grande queda nos últimos meses devido às denúncias – mais de 10% no início das negociações, apenas nesta quinta-feira.
G1
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