Ela entra na Unidade Básica de Saúde (UBS) às 8h e sai às 17h. Atende a vários pacientes no dia, desde crianças até idosos na melhor idade
“Nós atendemos a família, fazemos consulta desde o pré-natal, acompanhamos as crianças na fase de crescimento e desenvolvimento, nas consultas pediátricas também. Cuidamos dos idosos, adultos, da família toda”, descreve Gleice Anne Lubiana, médica da família no programa Mais Médicos. O ritmo de trabalho não é muito diferente de outros especialistas, a diferença é que o médico de família está preparado e se preocupa em atender a comunidade.
A doutora explica que o médico especializado em saúde da família se ocupa do diagnóstico, para orientar o paciente sobre medidas de prevenção e, se necessário, de tratamento. A finalidade dessa especialidade é conhecer e acompanhar as pessoas por toda a vida, dentro do seu contexto e das suas complexidades. “Atendemos por território, e para isso, contamos com os agentes comunitários para fazer o recadastramento das pessoas, ou seja, parte do papel do médico da família é saber onde o paciente mora”, explica.
Conhecer a casa, a família, os vizinhos e entender os problemas locais e como eles afetam a saúde dos que lá vivem faz parte da equipe da família. “Contamos com uma equipe multidisciplinar para acompanhar essas famílias, fazemos também visitas domiciliares quando necessário e fazemos o atendimento lá mesmo”, fala a doutora. A equipe que auxilia a médica é formada por uma enfermeira, técnicos de enfermagem e agentes comunitários. Juntos eles avaliam cada caso e, quando necessário, encaminha para a especialidade adequada.
Edson Fernandes, auxiliar de construção, por exemplo, foi marcar um exame para mulher que está com 4 meses de gestação. “Eu vim marcar uma prevenção para minha esposa e aproveitei para mostrar meus exames para doutora Gleice”, comenta Fernandes. Para ele, a vantagem de ter um médico para família é que ele também pode aproveitar as consultas do pré-natal da esposa para se consultar, fazer exames e se preparar para essa nova fase da vida.
Entre um paciente e outro, Gleice conversa com a equipe. “Quando uma mesma pessoa tem vários problemas ou algum agravo que não conseguimos resolver na Unidade Básica, encaminhamos para uma UPA ou hospital”, explica. Para Gleice, contar com uma equipe multidisciplinar é fundamental para conhecer a população e permite que os profissionais conheçam bem seus pacientes e sua área de atuação. “Você acaba criando um vínculo muito grande médico/paciente e conhece toda a família, é muito importante”, comenta a doutora sorrindo.
Uma UBS tem suas Equipes de Saúde da Família, que trabalha em uma localidade específica, contando com uma população que permanece mais ou menos a mesma, o que permite que os profissionais conheçam bem seus pacientes e sua área de atuação.
Uma unidade de Saúde da Família pode atuar com uma ou mais equipes de profissionais, dependendo do número de famílias a ela vinculadas. A recomendação do Ministério da Saúde é que uma equipe seja responsável por uma área onde residam de 600 a 1.000 famílias, com o limite máximo de 2.000 a 3500 habitantes. Mas esse critério pode ser flexibilizado em razão da diversidade das regiões, levando em conta fatores como densidade populacional e acesso aos serviços, além de outros fatores que variam de lugar a lugar.
Por Luiza Tiné, para Blog da Saúde
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