O Departamento de Saúde Pública do estado americano de Illinois está alertando a população sobre os riscos do consumo da “maconha sintética”. Até sábado, 38 pessoas deram entrada em hospitais com “sangramento severo” após consumirem a droga, sendo que uma delas morreu. Segundo as autoridades, o surto está relacionado com o uso de produtos contaminados.
A maioria dos casos foi relatada em Chicago e no condado de Tazewell. Os pacientes contaram às autoridades que a “maconha sintética” foi obtida de amigos, traficantes e até mesmo em lojas de conveniência. Em entrevista à NBC, Melaney Arnold, porta-voz do departamento, explicou que os sintomas incluem hemorragia nos olhos, nariz, gengiva e ouvidos, além de sangue na tosse e na urina.
— Os canabinoides sintéticos se tornaram populares porque os usuários acreditam que eles são legais e seguros, mas este não é o caso — afirmou Melaney. — Certamente não são seguros e, em muitos casos, são proibidos.
A chamada “maconha sintética”, também conhecida como “maconha falsa”, é produzida artificialmente com a pulverização de canabinoides — produtos químicos similares aos encontrados na cannabis — em folhas secas, que podem ser fumadas. O produto também é comercializado como líquido, para ser vaporizado ou fumado em cigarros eletrônicos.
Segundo os fabricantes, eles oferecem os mesmos efeitos da maconha. Nos EUA, o produto é comercializado em diversas marcas, como K2, Spice, Black Mamba, Bombay Blue, Genie e Zohai. Em comunicado, o departamento de saúde de Illinois alertou que a droga pode “afetar o cérebro de forma muito mais poderosa que a maconha; seus efeitos podem ser inesperados e, em alguns casos, perigosos ou até fatais”.
Em três dos pacientes foram detectados traços de brodifacoum, um químico utilizado em veneno de rato. Os canabinoides sintéticos fazem parte de um grupo de drogas chamado “novas substâncias psicoativas”, que não são reguladas pelo governo federal dos EUA e invadiram os mercados oferecendo, supostamente, os mesmos efeitos das drogas ilegais.
— Este sangramento é inesperado, ao menos em tamanho número de pacientes em tão pouco tempo — disse Melissa Millewich, médica do hospital Advocate Good Samaritan, em Downers Grove, ao “Chicago Tribune”, acrescentando já ter recebido usuários da “maconha sintética” anteriormente, com quadros de falência dos rins e psicose. — As pessoas não percebem quão perigoso ela é.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário