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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Médicos patrocinados podem distorcer informação sobre droga

Médicos que recebem recursos da indústria farmacêutica ou de equipamentos podem exagerar na prevalência ou na importância de doenças, minimizar os riscos e distorcer dados sobre a eficácia das drogas. É a opinião da médica Adriane Fugh-Berman, professora da Georgetown University Medical Center, em Washington, considerada uma das maiores autoridades mundiais em conflitos éticos entre médicos e a indústria farmacêutica. Em um dos últimos artigos que publicou, em setembro do ano passado, ela mostrou que uma farmacêutica multinacional plantou sistematicamente artigos favoráveis a seus medicamentos em periódicos científicos. Adriane dirige o "PharmedOut", um programa de educação e pesquisa sobre a influência da indústria na prescrição médica. A seguir trechos da entrevista à Folha
Folha - É aceitável que médicos responsáveis por diretrizes clínicas tenham conflitos de interesse com a indústria, ainda que declarados? Adriane Fugh-Berman - Isso não deveria acontecer. Diretrizes clínicas devem depender da ciência, e as análises em casos em que a ciência não é clara devem ser feitas por pessoas imparciais, não por aquelas que têm conflitos de interesse. Qual é o principal problema desses conflitos? Ele garante que as metas do marketing das empresas farmacêuticas sejam cumpridas. Os médicos pagos pela indústria representam o interesse da indústria, estejam eles conscientes disso ou não. Podem exagerar na prevalência ou na importância das doenças, expandir classificações de doenças, minimizar os problemas de segurança e não dar importância a terapias não-farmacológicas, como dieta e exercícios. Qual é o impacto para o paciente? Diretrizes são poderosos determinantes para os médicos. Elas deveriam ser elaboradas pelos defensores da saúde pública, não por médicos pagos pela indústria. É possível elaborar diretrizes com 100% de isenção? Sim! Os médicos pagos pela indústria farmacêutica são transportados para um mundo de oportunidades que distorcem o discurso da medicina. Há muitos médicos acadêmicos que não têm relações com a indústria http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/870076-medicos-patrocinados-podem-distorcer-informacao-sobre-droga.shtml

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