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domingo, 23 de outubro de 2011

Negociante do Brás é acusado de vender lixo

Dono da Geisa Tex diz que tecidos não foram usados - Filipe Araujo/AETecidos com logomarcas de hospitais, alguns manchados, teriam saído de SP

O escândalo do comércio de tecidos com logotipos de hospitais em várias regiões do País chegou a São Paulo, escancarando a falta de controle para esse negócio. Um comerciante da região do Brás, no centro de São Paulo, foi acusado pelo dono da loja Agreste Tecidos, em Ilhéus, na Bahia, de vender tecidos com nomes de vários hospitais. As autoridades suspeitam de que o material seja lixo hospitalar, pois algumas peças apresentavam manchas, de acordo com a polícia baiana.

A carga, cerca de 800 quilos, foi apreendida na Agreste Tecidos na quinta-feira pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) e pela Vigilância Sanitária de Ilhéus. O comerciante paulista Geraldo Monteiro da Silva confirma que sua empresa, a Geisa Tex, vendeu retalhos de tecidos com logomarcas de hospitais para a Agreste Tecidos, mas negou ontem ao Estado que comercialize lixo hospitalar e apresentou em sua defesa notas fiscais de compra de "sucata têxtil". Segundo ele, a Agreste deve ter comprado de outro fornecedor uma parte do lote, supostamente de lixo hospitalar, e quer jogar a responsabilidade para terceiros.

Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) faça uma distinção clara entre o que é lixo hospitalar - lençóis sujos e contaminados, que devem ser incinerados - e lixo comum, como são classificados lençóis e jalecos de hospitais que passam por processo de desinfecção e podem ser revendidos, as confecções não usam certificados de origem ao vender esse material para o varejo. Com isso, fica impossível saber se os tecidos trazem risco ao consumidor.

A reutilização de lixo hospitalar chamou a atenção desde a apreensão, na semana passada, de dois contêineres no Porto de Suape (PE) com 46 toneladas de lençóis, batas e fronhas com nomes bordados de hospitais americanos, boa parte com tecidos manchados de sangue, além de seringas. A carga era endereçada a uma empresa de Santa Cruz do Capibaribe, polo têxtil do agreste pernambucano que costuma importar retalhos de tecidos e revendê-los a fábricas de roupas, que os utilizam para forrar bolsos.

Nos dias seguintes, porém, vieram à tona apreensões de lençóis, fronhas e jalecos usados e com a logomarca de vários hospitais em vários pontos do País, como João Pessoa, Teresina, Ilhéus (BA), Fortaleza, São João da Boa Vista (SP) e Santa Cruz do Capibaribe.

Pista. O caso de lençóis com a marca da Faculdade de Medicina de Marília, vendidos no varejo de Teresina, a 2.664 quilômetros, dá uma pista de como funciona esse comércio. Segundo disse a direção da faculdade ao Ministério Público Federal (MPF), que investiga o caso, os lençóis foram encomendados pela faculdade a uma estamparia, que os entregou com a logomarca errada da instituição. A faculdade devolveu o lote - que acabou em Teresina. O Hospital A.C.Camargo suspeita que pode ter ocorrido o mesmo no caso de tecidos com seu nome vendidos no interior paulista.

Ontem, lençóis de hospitais norte-americanos foram apreendidos pela Vigilância Sanitária de Alagoas em Maragogi, a 128 quilômetros de Maceió. De acordo com a denúncia, os tecidos foram comprados por uma dona de casa numa loja da cidade de Barreiros, na divisa de Alagoas com Pernambuco.

Fonte Estadão

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