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sábado, 15 de setembro de 2012

Sob pressão as pessoas mentem mais

Todos contam pequenas mentiras. Muitas vezes é sobre nosso salário, um pouco acima do real, nossas viagens fabulosas não tão maravilhosas ou sobre o quanto gostamos de uma roupa que sabemos que é feia. Mas porque fazemos isso?

Um estudo publicado no periódico Psychological Science, talvez ajude a responder essa pergunta. De acordo com os autores, Ori Eldar e Yoella Bereby-Meyer, da Universidade de Ben-Gurion, em Israel, o comportamento desonesto vem de um instinto egoísta, que se sobrepõe momentaneamente ao coletivo.

Isso acontece principalmente quando estamos sob alguma pressão ou precisamos tomar uma decisão rápida. Sem esses dois fatores o mais comum, geralmente, é que falemos a verdade.

“Quando as pessoas agem rapidamente para responder algo mais ou menos incômodo elas pensam imediatamente nos lucros imediatos de uma ação, o que inclui driblar uma ou outra regra ética e mentir. Quanto mais tempo se tem para responder, mais restrito fica a opção pela mentira ou trapaça”, dizem as autoras.

As conclusões tomam por base uma série de experimentos onde os participantes tinham que indicar os valores de uma rodada de dados, sendo que os pesquisadores que os acompanhavam não sabiam o que realmente estava acontecendo. Determinados números eram associados a ganhos monetários. Em um dos grupos de participantes a cada rodada diminuia-se o tempo para que os eles reportassem os resultados.

Para saber se os participantes estavam mentindo, os pesquisadores tinham em mão uma série de estatísticas sobre os jogos de dados e desvios do padrão indicavam se os participantes tinham, potencialmente, mentido ou não. Ao final dos experimentos os participantes também eram entrevistados para confirmar ou não a trapaça.

A conclusão foi de que o grupo que tinha cada vez menos tempo para dizer os resultados dos dados se distanciava cada vez mais da média esperada. Quanto menor o tempo, maiores os resultados que levavam ao dinheiro. No grupo sem a pressão do tempo esses desvios do padrão eram muito menores.

“Se alguém quer aumentar a possibilidade de que uma outra pessoa seja honesta sobre seus atos a melhor coisa a se fazer é não pressioná-la. Partimos do pressuposto que a maioria das pessoas na vida real é mais honesta do que desonesta. Mas pedir respostas muito rápidas faz com que elas deixem a honestidade de lado, mesmo que por pouco tempo”, concluem as autoras.

Fonte O que eu tenho

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