Alho, tomate e cebola são fontes de compostos prebióticos |
Além de matar a fome, alguns alimentos têm a capacidade de promover
benefícios ao organismo e, por isso, são conhecidos como funcionais. Esse é o
caso daqueles que são ricos em prebióticos e probióticos.
Estes dois componentes que ganharam fama por ajudar o intestino a trabalhar
sem entraves, acabando, assim, com a incômoda prisão de ventre – segundo dados
da Organização Mundial de Gastroenterologia (WGO), cerca de 20% da população
sofrem diariamente com esse problema.
Veja a seguir, o que são e como agem os prebióticos e probióticos, onde
encontrá-los e como aproveitar a propriedades benéficas de cada um.
Probióticos
De acordo com Priscila Meirelles,
nutricionista funcional de Pelotas (RS), os probióticos são produtos
farmacêuticos ou alimentares (podem ser encontrados em iogurtes e leites
fermentados) que contêm um ou mais micro-organismos vivos, como os lactobacilos
e as bifidobactérias. Depois de consumidos, esses “bichinhos” se dirigem
principalmente para o trato gastrointestinal e urogenital, estimulando o
funcionamento saudável dessas áreas.
“O intestino é a principal porta de entrada de nutrientes no organismo. Mas, assim como os nutrientes são absorvidos pela parede intestinal, agentes maléficos também podem entrar por esta porta. A função dos probióticos é colonizar e proteger a parede intestinal, evitando, assim, que moléculas alergênicas e micro-organismos patogênicos façam mal à saúde”, declara a nutricionista.
“Acredita-se que a presença desse exército pode evitar a formação de células
responsáveis pelo desenvolvimento do câncer de cólon, por exemplo.”
Ao se integrarem à flora do intestino, deixando-a equilibrada, Vladimir
Schraibman, cirurgião gástrico de São Paulo (SP), conta ainda que os
“micro-organismos do bem” auxiliam no trabalho de absorção dos nutrientes, tais
como ferro, cálcio e vitaminas do complexo B, entre outros.
“Dessa forma, o valor nutritivo e terapêutico dos alimentos aumenta de forma
significativa”.
Para se beneficiar dos efeitos dos probióticos, basta investir no consumo de
produtos que contenham estes micro-organismos. Isso pode ser feito por meio de
suplementos – com indicação de médico ou nutricionista – ou de alimentos que
reúnem certa quantidade desses compostos, como iogurtes e leites
fermentados.
“Os probióticos normalmente precisam ser mantidos sob refrigeração constante
e têm pouco tempo de vida”, ressalta Schraibman.
É preciso lembrar ainda que o consumo de alimentos fontes de probióticos deve
ser diário para garantir o aumento do batalhão de defesa. E tem mais: para
fortalecer esses micro-organismos, tornando-os cada vez mais atuantes, é bom
caprichar também na ingestão de algumas substâncias especiais, chamadas
prebióticas.
Prebióticos
Segundo Mônica Dalmacio, mestre em nutrição pela
Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) e co-autora do
livro Alimentos e sua ação terapêutica (Ed. Atheneu), os compostos prebióticos
são fibras não-digeríveis que funcionam como alimento para as bactérias
intestinais benéficas, isto é, os probióticos – daí a importância de apostar na
dupla para reorganizar a flora intestinal.
Os representantes mais conhecidos desse grupo têm nomes complicados:
frutooligosacarídeos (FOS) e inulina. Mas o que interessa mesmo é que eles podem
ser facilmente encontrados. Os FOS, por exemplo, estão concentrados em alimentos
de origem vegetal que podem ser comprados na feira ou no supermercado, como
cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, mel e cerveja. Já a inulina
está presente principalmente na raiz da chicória, e também no alho, na cebola,
no aspargo e na alcachofra.
“Além de ajudar no sistema imune, atuando com os probióticos, esses elementos
auxiliam nas funções intestinais, evitando a constipação, e reduzem a absorção
de gorduras e açúcares”, conta Mônica.
Pesquisas recentes mostram que a inulina tem a capacidade de aumentar a
absorção de cálcio e de magnésio pelo organismo.
“O cálcio é importante na prevenção de doenças ósseas, como a osteoporose, e
o magnésio atua diretamente na contração muscular”, comenta a nutricionista de
Pelotas.
Para notar benefícios, os alimentos ricos em pré-bióticos devem ser
consumidos diariamente. Mas é válido frisar que pessoas com problemas
intestinais não podem cometer exageros!
De acordo com Ruth Clapauch, vice-presidente do departamento de
Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (SBEM), nesses casos o consumo de fibras pode resultar em diarreia
ou flatulência. “A dica é acertar na dose”, diz. Outra recomendação é beber
bastante água, já que o líquido ajuda na formação e eliminação do bolo
fecal.
Fonte Delas
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