Há 16 anos ela não ingeria água, apenas Coca-Cola |
O motivo para os problemas cardíacos: há 16 anos ela não ingeria água, apenas Coca-Cola.
Cientistas resolveram estudar o caso e descobriram que a razão da internação foi um perigosa queda no nível geral de potássio, um mineral essencial cuja absorção pelo organismo é auxiliada por água, mas que fica prejudicado pelo excesso de açúcar ou pelo alto consumo de cafeína.
“[Assim] a primeira coisa a destacar é que o caso já relatado é excepcional”, disse o autor do estudo, Dr. Naima Zarqane, cardiologista do Centro Hospitalar Princesa Grace, em Mônaco. “A paciente tinha ingerido apenas Coca-Cola desde os 15 anos de idade, e isso é bastante incomum”.
Ele ainda acrescenta que após ela parar de ingerir o refrigerante, tudo voltou ao normal. “Não há motivos para que os consumidores entrem em pânico. Entanto, os pais devem estar atentos sobre o consumo de Coca-Cola dos seus filhos”.
Em uma revisão de estudos anteriores, os pesquisadores descobriram outros seis casos relatados destacando os efeitos adversos à saúde do excesso de consumo de Coca-Cola.
O caso também lembra o filme “Super Size Me”, em que o personagem se alimenta apenas de lanches MC Donald’s durante um mês inteiro e percebeu o quanto isso fez mal para a saúde, mesmo em pouco tempo. Então imagine beber Coca durante 15 anos…
Zarqane e seus colegas acreditam na possibilidade de que os problemas de saúde desta mulher eram um resultado direto do consumo excessivo do refrigerante, uma vez que altos níveis de açúcar podem interferir na absorção de água no intestino, provocando diarreia e perda de potássio em massa. Além disso, a cafeína pode igualmente impedir a absorção de potássio causando disfunção renal.
Mas, embora os cardiologistas tenham informado das complicações relacionadas com o consumo de refrigerante, a equipe reconheceu que “há claramente uma necessidade de mais pesquisas sobre o tema, já que atualmente temos apenas sete relatos sobre o assunto”.
O Dr. Kishore Gadde, diretor do programa de ensaios clínicos de obesidade na Universidade Duke (EUA), disse que é importante entender que o culpado chave nesse caso não é consumo baixo de potássio, mas sim a diarreia que provoca uma alta perda da substância.
“É extremamente raro que as pessoas desenvolvam hipocalemia devido à ingestão inadequada de potássio. Principalmente, hipocalemia é causada por perda excessiva de potássio que é causada por diarreia, sudorese excessiva e uso indevido de laxantes ou diuréticos prescritos”, disse ele.
Gadde ainda sugeriu que a ingestão excessiva de cafeína pode ser tão problemática quanto a de muito açúcar. “As pessoas que consomem grandes quantidades de café e outras bebidas com cafeína, especialmente as chamadas bebidas energéticas, podem estar em risco de queda nos níveis sanguíneos de potássio”, ele advertiu.
Os atletas são particularmente vulneráveis, Gadde disse, dado o excesso de transpiração que acompanha a atividade vigorosa. “As pessoas que estão tentando perder peso muitas vezes mudam de bebidas açucaradas para bebidas dietéticas, o que também pode aumentar o risco de redução dos níveis de potássio, quando consumido em grandes quantidades, devido ao aumento acumulado no consumo diário de cafeína”, disse ele.
Fonte Hypescience
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