
Membros da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde e do Grupo de
Apoio Técnico Especializado do MP-RJ fizeram ontem (7) uma vistoria no Galpão do
Rocha e disseram ter encontrado toneladas de medicamentos e insumos, como
seringas descartáveis, respiradores hospitalares e vacinas, fora do prazo de
validade e mantidos em condições precárias de higiene e conservação e
prejudiciais à saúde. Os remédios foram adquiridos pela secretaria e pelo
Ministério de Saúde e eram destinados ao tratamento de doenças como tuberculose
e aids e à atenção básica de saúde.
Segundo o chefe da Inteligência da Delegacia do Consumidor (Decon), inspetor
Marcelo Camarte, que está acompanhando a perícia com os técnicos do Instituto de
Criminalística, o local está interditado desde ontem para evitar o desvio dos
resultados. “Estamos verificando se os medicamentos estão realmente vencidos.
Vamos analisar os lotes e checar se tais produtos foram comprados já vencidos ou
venceram ao longo do período em estoque. Além disso, vamos analisar a entrada e
a saída das notas fiscais”, explicou.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que o galpão é usado exclusivamente
para armazenamento de resíduos sólidos, medicamentos e insumos fora da validade,
para serem descartados. “O município adquire medicamentos e insumos com margem
de segurança, para não haver risco de desabastecimento na rede. A taxa média de
descarte é inferior a 1% e, no Galpão do Rocha, há resíduos sólidos de saúde
estocados há pelo menos três anos", diz a nota. A secretaria explicou que normas
sanitárias determinam que todo o material tem de ser incinerado. Segundo a nota,
a licitação para contratação da empresa que fará a incineração dos produtos foi
ontem.
De acordo com a secretaria, desde julho do ano passado, a Central de
Distribuição de Medicamentos e Materiais Cirúrgicos do Rio de Janeiro funciona
no bairro de Jacarepaguá, "em instalações modernas”.
Também ontem, os promotores de Justiça requisitaram à autoridade policial
competente a instauração de uma investigação criminal, a fim de apurar
responsabilidade sobre o material, o controle do estoque e o motivo do
desperdício de medicamentos.
Agência Brasil
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