Foto: Mikael Damkier / Deposit Photos |
Sofrer bullying desde cedo pode ter um impacto tão grande que as vítimas ainda considerariam o suicídio 40 anos após o fato ocorrido. Ser intimidado também poderia prejudicar tanto a saúde física e mental na vida destas pessoas futuramente.
Pesquisadores do Kings College, em Londres, observaram 7.771 crianças, das quais cerca de um quarto - 28% - foram intimidadas entre os sete e 11 anos de idade, e as seguiram até completarem 50 anos. Eles descobriram que a maioria das vítimas ainda sofria com os traumas após terem sido perseguidos quando criança.
— Nosso estudo mostra que os efeitos do bullying são ainda visíveis quase quatro décadas mais tarde. O impacto do assédio moral é persistente e generalizado, com consequências sanitárias, sociais e econômicas duradouras na idade adulta — diz Ryu Takizawa, do Instituto de Psiquiatria da universidade.
Pouco mais de 28% dos participantes tinham sido assediados ocasionalmente; e 15%, severamente. Os cientistas verificaram que as vítimas eram propensas a ser menos saudáveis e eram mais suscetíveis a desenvolver depressão, transtornos de ansiedade e pensamentos suicidas com 50 anos de idade.
A investigação também revelou que os mesmo possuíam níveis de escolaridade mais baixos, dos quais os homens tinham mais chances de estar desempregados e ganhar menos. Socialmente, as vítimas eram menos propensas a estar em um relacionamento, e mais suscetíveis a apresentar níveis mais baixos de satisfação pessoal com suas vidas.
— Precisamos afastar qualquer percepção de que o bullying é apenas uma parte inevitável do processo de crescimento. Os professores e pais devem estar conscientes de que o que acontece no pátio da escola pode ter repercussões a longo prazo para as crianças. Programas para coibir intimidações são extremamente importantes, mas também temos que concentrar os nossos esforços na intervenção precoce para prevenir a persistência de possíveis problemas na adolescência e na idade adulta. Quarenta anos é muito tempo, não há dúvida de que haverá experiências adicionais durante o curso da vida desses jovens. Elas poderão protegê-los contra os efeitos do bullying ou piorar as coisas— esclarece a professora Louise Arseneault.
Zero Hora
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