Por Dr. André Felicio
Quem nunca presenciou ou já foi protagonista de uma situação de desmaio ou quase desmaio? Do ponto de vista neurológico, o desmaio é uma perda completa da consciência, normalmente de caráter transitório. Entretanto, nem sempre estes desmaios estão relacionados com problemas de pressão arterial, como a maioria das pessoas pensa.
Uma das causas de desmaios, por exemplo, pode ser a epilepsia, que se manifesta apenas com perda da consciência associado ou não a "abalos motores". Outra causa de desmaio menos comum pode estar relacionada a um problema sério de sono, muitas vezes não diagnosticado, que é a narcolepsia. Neste caso, os "ataques de sono" podem simular desmaios também.
Finalmente, causas mais comuns de perda da consciência incluem diminuição do açúcar no sangue, queda da pressão arterial e arritmias cardíacas.
Para os pacientes, é importante observar a situação na qual o desmaio ocorreu. Assim, devemos considerar se foi um desmaio após um período de jejum prolongado, durante o ato de urinar, após um esforço físico, após mudar repentinamente de uma posição (deitado) para outra (de pé), se ocorreu palpitação no tórax ou outro elemento incomum.
Em geral os desmaios são investigados pelo clínico, cardiologista e/ou neurologista, e os exames dependerão das causas, podendo incluir testes para o coração (eletrocardiograma, ecocardiograma, teste da mesa inclinada), exames neurológicos (neuroimagem e eletroencefalograma) e rotina laboratorial (glicemia, hemograma, eletrólitos, função renal, hepática e tireoidiana).
Em síntese, os desmaios podem significar muito mais do que uma queda da pressão arterial e envolvem problemas clínicos, cardíacos e, logicamente, neurológicos. A correta investigação e terapêutica, por sua, vez, dependerão de uma criteriosa investigação dessas etiologias.
Minha Vida
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