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domingo, 14 de setembro de 2014

Cientistas alertam que bactérias intestinais interferem em vacinas

A descoberta feita por cientistas dos EUA pode ajudar na criação de imunizações mais eficazes. Uma das possibilidades é manipular esses micro-organismos para potencializar a proteção contra doenças
 
Epidemias de gripe são responsáveis por milhares de diagnósticos graves da doença que causa até meio milhão de mortes a cada ano. Pesquisadores do Emory Vaccine Center, nos Estados Unidos, descreveram, na última edição da revista Immunity, uma relação que pode reduzir o alto número de vítimas.
 
Eles detalharam como os micróbios do intestino influenciam no efeito da vacina sazonal da enfermidade. Embora a imunização proteja o organismo contra a infecção viral, esses micro-organismos exercem grande papel no estímulo do sistema imunológico ao criar anticorpos mais eficientes para combater a doença.
 
“Até onde sabemos, esse é o primeiro estudo a mostrar que a eliminação da microbiota intestinal com antibióticos prejudica as respostas imunes geradas pela vacinação, nomeadamente a contra a gripe sazonal”, sustenta Bali Pulendran.
 
O líder do estudo indica que a descoberta tem potencial de aumentar a eficiência de estratégias globais de saúde pública contra a influenza. Outra aplicação potencial do estudo é a capacidade de manipular micróbios que vivem no intestino para tentar aumentar os efeitos da vacina.
 
Pesquisas anteriores desenvolvidas pelo mesmo grupo indicaram que a ação de anticorpos produzidos em adultos saudáveis vacinados contra a gripe sazonal estava relacionada com a expressão de um gene chamado receptor Toll-like 5 (TLR5). Ele detecta a flagelina, uma proteína que ajuda na locomoção de bactérias.
 
Diante dessas informações, a equipe passou a suspeitar que alguns micro-organismos que vivem no intestino — órgão envolvido em 70 a 80% das respostas imunes — estivessem influenciando os efeitos da vacina. Os pesquisadores ganharam mais motivos para acreditar que a hipótese poderia ser real com os resultados do estudo mais recente, feito com ratos.

Ao contrário das normais, as cobaias geneticamente programados para não ter o TLR5 tiveram respostas imunes prejudicadas ao receberem a vacina influenza trivalente inativada (TIV).

Animais criados em ambientes esterilizados ou tratados com antibióticos também apresentaram defesas mais fracas. O mesmo foi detectado quando os ratos sem TLR5 foram vacinados contra a poliomielite, que possui o mesmo arranjo da TIV.

Correio Braziliense

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