Umidade relativa do ar ficou em 19% na quarta-feira, o menor porcentual de 2014; ideal, segundo a OMS, é umidade de 60%
O tempo seco e quente recorde na capital paulista, nesta semana, tem
aumentado o número de atendimentos hospitalares em razão de problemas
respiratórios. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a demanda
aumenta em média 30% em períodos de maior secura, que ocorrem
especialmente nos meses de outono e inverno. Nesta quinta (11), a
capital registrou máxima de 32,9 grais Celsius (ºC) – recorde para o
inverno este ano. A umidade relativa do ar, no município, ficou em 19%
na quarta-feira (10), o menor percentual em 2014.
O pneumologista
Fábio Muchão, do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), do bairro
de Heliópolis, explica que os problemas respiratórios ocorrem pela
irritação dos brônquios e vias aéreas com a entrada do ar seco.
“Qualquer pessoa sente os efeitos. Quem não tem nenhum problema de
saúde, vai sentir irritação na garganta, no nariz, pode tossir um pouco
mais, a boca seca”, enumerou. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
estabelece que o percentual ideal de umidade para o bem-estar dos seres
humanos é acima de 60%.
As
pessoas mais afetadas são as que têm doenças crônicas. “Essa pessoa
passa a ter crises. Por exemplo, o asmático tem mais crises, se o ar
está mais seco”, exemplificou. Dois segmentos são ainda mais vulneráveis
quando há ocorrência de doença crônica: crianças e idosos. “Tanto as
crianças menores de 2 anos, como as pessoas de mais idade, têm imunidade
um pouco mais delicada do que pessoas de outras faixas etárias”,
explicou.
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Entre os cuidados necessários para evitar problemas de
saúde pelo ar seco, Muchão indica a ingestão de água. “Isso para quem
não tem restrição, como alguns problemas cardíacos ou renais”,
ressalvou. Em relação aos ambientes, ele sugere que se mantenham
recipientes com água em ambientes fechados e também o uso de
umificadores.
“Mas os aparelhos devem ser usados por tempo
limitado”, ressaltou o médico. Ele explica que duas ou três horas são
suficientes, pois, se eles são usados por muitas horas, podem favorecer a
proliferação de mofo, o que também é prejudicial.
Outra medida
que pode ajudar na prevenção é a lavagem do nariz com soro fisiológico.
Para crianças e idosos, as inalações somente com soro podem ser feitas
todos os dias. Além disso, nos casos em que as pessoas já são
acompanhadas por médicos, é importa procurá-lo para avaliar a
necessidade de alguma alteração no tratamento nesse período. Também
devem ser evitadas atividades físicas no horário entre as 10h e as 17h.
Agência Brasil
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