O Brasil, juntamente com os outros países membros do fórum Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) se comprometeu nesta sexta-feira a negociar uma estratégia que os permita oferecer, gratuitamente, remédios para o tratamento da tuberculose em países de baixa renda
O compromisso foi incluído no documento final da 4ª Reunião de Ministros da Saúde dos cinco países, que aconteceu em Brasília entre os dias 2 e 5 de dezembro.
De acordo com um comunicado emitido pelo Ministério da Saúde brasileiro, os ministros decidiram adotar uma estratégia conjunta para ampliar a oferta de remédios e garantir o acesso universal aos portadores da doença.
"O documento reflete a preocupação dos cinco países com a saúde global. A possibilidade de garantirmos o fornecimento gratuito de medicamentos de primeira linha contra a tuberculose é um marco e demonstra nosso compromisso, o estímulo ao desenvolvimento tecnológico e o respaldo às iniciativas multilaterais de saúde", disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro, em entrevista coletiva.
Segundo Chioro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 22 países, a maioria de poucos recursos, sejam responsáveis por 80% dos casos de tuberculose, doença que registra cerca de seis milhões de casos e um milhão de mortes por ano.
Os Brics se destacam entre os países mais vulneráveis, sendo responsáveis por 50% dos casos registrados. A estratégia conjunta a ser negociada propõe que 90% dos casos da doença possam ser diagnosticados e tratados, segundo Chioro.
Os ministros dos países do grupo consideram que, com o acesso universal aos remédios, será possível a eliminação da tuberculose como problema de saúde pública e que este objetivo pode ser alcançado em breve.
A estratégia dos cinco países será traçada em reunião prevista para março do próximo ano.
O governo brasileiro já distribui os remédios para o tratamento da tuberculose gratuitamente para a população.
Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de incidência de tuberculose no Brasil caiu de 44,4 casos a cada 100 mil habitantes em 2003 para 35 em 2013. A taxa de mortalidade caiu de 3 óbitos a cada 100 mil habitantes em 2012 para 2,3 em 2013.
Entre os compromissos assumidos pelos ministros dos cinco países estão o combate à má nutrição e a troca de informações em relação às campanhas de prevenção de doenças como o HIV e o ebola.
Os Brics reiteraram a intenção de cumprir as metas estabelecidas pela OMS em parceria com Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids), conhecida como 90-90-90. Os objetivos são que, até 2020, 90% da população seja examinada, 90% dos diagnosticados iniciem o tratamento contra a doença e 90% dos pacientes reduzam suas cargas virais a níveis indetectáveis.
Os cinco países também aprovaram a criação de um grupo de trabalho para desenvolver um plano conjunto de combate ao ebola.
EFE / Terra
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