O câncer de próstata é o tumor maligno mais comum entre os homens e o segundo que mais leva ao óbito. Hoje, um em cada seis homens é atingido pela doença no Brasil. O rastreamento desse tipo de tumor deve ser feito aos 45 anos, mas quem tem casos na família deve consultar com um médico antes disso, aos 40.
O que poucos sabem é que por volta dos 40, a próstata aumenta de tamanho sem necessariamente se tornar um tumor maligno. Esse é um fenômeno chamado de hiperplasia benigna da próstata e não está relacionado ao câncer. Há muitas questões sobre a próstata que nem todos os homens sabem, mas deveriam. Eles são conhecidos por cuidar pouco da própria saúde e, assim, serem acometidos por doenças que poderiam ser facilmente tratadas se descobertas no início.
Conheça alguns mitos e verdades sobre a próstata que podem tirar dúvidas sobre os cuidados que todo homem deve ter:
1. Quem está em estágio inicial do câncer de próstata não percebe os sintomas.
Verdade. Segundo o urologista Carlos Teodósio Da Ros, do Centro de Andrologia e Urologia, é pelo exame de rastreamento que se faz o diagnóstico precoce. Nessa fase inicial, o tumor é passível de tratamento curativo que pode ser a cirurgia ou a radioterapia. Já os tumores avançados podem ser controlados com hormonioterapia e quimioterapia.
Verdade. Segundo o urologista Carlos Teodósio Da Ros, do Centro de Andrologia e Urologia, é pelo exame de rastreamento que se faz o diagnóstico precoce. Nessa fase inicial, o tumor é passível de tratamento curativo que pode ser a cirurgia ou a radioterapia. Já os tumores avançados podem ser controlados com hormonioterapia e quimioterapia.
Já a hiperplasia benigna da próstata tem sintomas como jato urinário fraco, gotejamento terminal e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. Os sintomas podem ser tratados tanto com medicamentos quanto com cirurgia. O câncer até pode surgir dentro do quadro de hiperplasia, mas não é a consequência dela.
2. O câncer acontece sempre que a próstata aumenta de tamanho.
Mito. A partir dos 40, acontece o crescimento benigno da próstata, chamada de Hiperplasia Benigna da Próstata. A ciência ainda não sabe explicar, mas esse problema pode vir acompanhado de problemas de ereção, explica Da Ros.
Mito. A partir dos 40, acontece o crescimento benigno da próstata, chamada de Hiperplasia Benigna da Próstata. A ciência ainda não sabe explicar, mas esse problema pode vir acompanhado de problemas de ereção, explica Da Ros.
– Epidemiologicamente falando, existe uma relação entre a impotência sexual e a hiperplasia. Tanto que quando se trata uma situação, há também melhora na outra.
3. O exame de toque é obrigatório para detectar o câncer de próstata.
Verdade. O rastreamento do câncer de próstata deve ser realizado sempre por um urologista, pois inclui um toque retal e um exame de sangue, chamado de PSA. O exame de sangue sozinho não é suficiente, pois um quarto dos pacientes com diagnóstico de câncer de próstata têm resultado normal no PSA. Por isso, o exame de toque continua sendo essencial para o diagnóstico preciso.
Verdade. O rastreamento do câncer de próstata deve ser realizado sempre por um urologista, pois inclui um toque retal e um exame de sangue, chamado de PSA. O exame de sangue sozinho não é suficiente, pois um quarto dos pacientes com diagnóstico de câncer de próstata têm resultado normal no PSA. Por isso, o exame de toque continua sendo essencial para o diagnóstico preciso.
Karlo Dornelles Biolo, chefe do Serviço de Urologia do Hospital Universitário Mãe de Deus, explica que o exame de toque é extremamente simples, indolor e dura cerca de dez segundos.
– Além do preconceito que ainda existe, os homens sentem-se, em geral, mais invulneráveis que as mulheres e tendem a procurar menos o médico do que elas. Cerca de 2/3 dos homens são levados ao consultório do urologista para exame de rotina por iniciativa das mulheres – revelou.
4. O diagnóstico de câncer implica sempre na retirada da próstata.
Mito. Da Ros explica que há várias formas de tratar o câncer de próstata.
Mito. Da Ros explica que há várias formas de tratar o câncer de próstata.
– A remoção cirúrgica da próstata é indicada para os casos de tumores localizados na glândula, ou em algumas situações especiais, como tumores localmente avançados. Se há presença de metástases, a cirurgia radical nem sempre é indicada.
Biolo diz que a braquiterpia também é uma forma de tratar a doença e é um método pouco invasivo.
5. Toda cirurgia vai implicar em perda da ereção.
Mito. As principais complicações da prostatectomia radical são as mesmas da radioterapia. incontinência urinária e disfunção erétil.
Mito. As principais complicações da prostatectomia radical são as mesmas da radioterapia. incontinência urinária e disfunção erétil.
– Mais da metade dos pacientes submetidos à cirurgia terão algum prejuízo nas ereções, o que pode ser corrigido com medicações orais (como o Viagra, Cialis, Levitra, por exemplo) ou, ainda, injeções penianas ou com o implante de próteses – conta Da Ros.
A impotência sexual e a incontinência urinária, que tanto assombram os homens, são complicações que não são frequentes.
– Hoje, são muito raros os casos em que pacientes necessitam uso de fraldas para conter escape de urina após o tratamento – indica Biolo.
6. A recuperação da cirurgia pode levar até dois anos.
Verdade. A causa da disfunção erétil depois da retirada da glândula está relacionada a muitos fatores que envolvem lesões vasculares e nervosas. Tanto a cirurgia quanto a radioterapia têm uma taxa de sucesso superior a 80%. Quem passa por esses tratamentos recebe acompanhamento por dez anos.
Verdade. A causa da disfunção erétil depois da retirada da glândula está relacionada a muitos fatores que envolvem lesões vasculares e nervosas. Tanto a cirurgia quanto a radioterapia têm uma taxa de sucesso superior a 80%. Quem passa por esses tratamentos recebe acompanhamento por dez anos.
7. Quem passa pela cirurgia nunca mais terá um orgasmo.
Mito. Até 70% dos homens que fazem a cirurgia podem ter ausência de ejaculação. Acontece que o líquido ejaculado cai no interior da bexiga e depois é eliminado na micção. Como o orgasmo tem origem no cérebro, não existe a possibilidade do procedimento cirúrgico na próstata causar qualquer alteração.
Mito. Até 70% dos homens que fazem a cirurgia podem ter ausência de ejaculação. Acontece que o líquido ejaculado cai no interior da bexiga e depois é eliminado na micção. Como o orgasmo tem origem no cérebro, não existe a possibilidade do procedimento cirúrgico na próstata causar qualquer alteração.
No entanto, a retirada da próstata implica em infertilidade, ou seja, de modo natural o homem não pode mais ter filhos. A glândula tem como função a produção de líquido prostático. 30% do que forma o esperma vem da próstata. Esse líquido permite que os espermatozóides se movimentem em direção ao óvulo feminino e realizem a fecundação.
– A próstata não produz hormônios que sejam importantes para a masculinidade ou a potência sexual do homem – esclarece Gustavo Carvalhal, presidente da seccional gaúcha da Sociedade Brasileira de Urologia.
8. Urologia e andrologia são as mesma coisa.
Mito. A urologia é a especialidade médica que cuida dos rins, ureteres, bexiga, uretra, testículos, vesículas seminais e próstata. Os urologistas são quem tratam de tumores, cálculos (as famosas pedras), infecções, impotência, infertilidade e andropausa. A andrologia é uma especialidade da urologia que trata especificamente da infertilidade, impotência e do envelhecimento dos hormônios, como a diminuição da produção de testosterona.
9. Ter hábitos saudáveis previne o câncer.
Mito. Tanto o câncer quanto a hiperplasia benigna estão relacionadas ao envelhecimento do organismo e não têm meios de prevenção.
Mito. Tanto o câncer quanto a hiperplasia benigna estão relacionadas ao envelhecimento do organismo e não têm meios de prevenção.
– Infelizmente não existe uma forma eficaz de prevenir o câncer. O licopeno, a vitamina E e D e o selênio tem apresentado resultados conflitantes na literatura quanto ao seu benefício na prevenção do câncer. Existe, entretanto, uma indubitável influência ambiental já que populações como as asiáticas - que tem menores índices de câncer de próstata - quando migram para locais de maior incidência, acabam por atingir os mesmos níveis de detecção – aponta Karlo.
10. Mexer no câncer faz ele espalhar por outros órgãos
Mito. Tanto a biópsia quanto outros tratamentos para o câncer de próstata são muito seguros e não influenciam no aparecimento do tumor em outras partes do organismo.
Mito. Tanto a biópsia quanto outros tratamentos para o câncer de próstata são muito seguros e não influenciam no aparecimento do tumor em outras partes do organismo.
Zero Hora
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