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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Droga alucinógena começa a ser usada para tratar depressão

Pacientes não seriam capazes de avaliar o risco de tomar remédio
 
Nova York, EUA. Ou se trata do mais empolgante novo tratamento para depressão em anos, ou a cetamina (também pode-se chamá-la de ketamina), uma droga alucinógena, está sendo erroneamente receitada para pacientes desesperados em um número crescente de clínicas nos Estados Unidos.
 
Embora seja utilizada como anestésico há décadas, pequenos estudos em centros médicos de prestígio, como Yale, Mount Sinai e o Instituto Nacional de Saúde Mental, sugerem que ela pode aliviar a depressão de muitas pessoas para as quais os antidepressivos de uso convencional, como Prozac ou Lexapro, não têm efeito.
 
Contudo, psiquiatras dizem que a droga não foi estudada o suficiente para ser empregada fora dos estudos clínicos e que estão alarmados pelo fato de as clínicas estarem começando a oferecer tratamentos com cetamina, cobrando de US$ 300 a mais de US$ 1 mil por sessões que devem ser repetidas muitas vezes.
 
“Não sabemos quais são os efeitos colaterais em longo prazo”, afirma Anthony J. Rothschild, médico e professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts.
 
Porém, como a cetamina foi aprovada há muito tempo para a anestesia, médicos têm permissão para utilizá-la de forma não reconhecida pela bula para tratar a depressão. Críticos afirmam que pacientes muito deprimidos podem estar desesperados demais para ponderar adequadamente acerca dos riscos da terapia experimental.
 
“Nós estamos falando de uma população particularmente vulnerável”, afirmou Dominic A. Sisti, professor assistente de ética médica da Universidade da Pensilvânia, um dos autores de análise manifestando preocupação com as clínicas.
 
Ele e outros críticos dizem que algumas clínicas são administradas por anestesistas familiarizados com a cetamina, mas que não fornecem tratamento psiquiátrico como um todo. Outras são administradas por psiquiatras que podem não ter experiência na aplicação do medicamento.
 
Alguns pacientes se dizem prontos para correr o risco. “Eu vejo o custo de não usar cetamina – para mim era a morte certa”, afirmou Dennis Hartman, 48, empresário de Seattle.
 
Ele disse que após uma vida de depressão severa, já escolhera a data de suicídio quando decidiu participar de estudo clínico com a cetamina nos Institutos Nacionais de Saúde dois anos atrás. A depressão sumiu e desde então ele tem ido a uma clínica em Nova York a cada dois meses para nova dose. Ele fundou um centro para divulgar o tratamento.
 
Defensores dizem que a dose usada para depressão é menor do que a utilizada para anestesia ou por viciados e pode ser administrada com segurança.
 
O tempo

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