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sábado, 27 de dezembro de 2014

Homem moderno perdeu 20% da densidade óssea por causa da agricultura

Para o estudo, os autores usaram escâneres para medir a densidade do tecido ósseo esponjoso em 59 humanos modernos e 229 primatas como os chimpanzés
 
Washington - O homem moderno perdeu 20% da densidade óssea nas extremidades inferiores desde o aparecimento da agricultura, há 12 mil anos, afirmaram cientistas que explicam este fenômeno pelo sedentarismo motivado por este estilo de vida.

Até então e durante milhões de anos antes, os humanos e seus antepassados viviam da caça e da coleta, atividades que exigiam maior atividade física. Os caçadores-coletores de 7.000 anos atrás tinham ossos e articulações (quadris, joelhos e tornozelos) tão sólidos quanto os dos neandertais, um primo desaparecido há 28.000 anos, e inclusive como os do chimpanzés, um ancestral distante.

A pesquisa foi publicada na edição de segunda-feira dos Anais da Academia Americana de Ciências (PNAS). Em comparação, os "agricultores" que viviam nas mesmas regiões há 6.000 anos têm ossos significativamente menos densos e mais frágeis.

"Trata-se do primeiro estudo sobre o esqueleto humano que revela uma diminuição significativa da densidade óssea nos seres humanos modernos", disse um dos co-autores, Brian Richmond, curador da divisão de antropologia do Museu Nacional de História Natural de Washington e professor da Universidade George Washington.

Para o estudo, os autores usaram escâneres para medir a densidade do tecido ósseo esponjoso em 59 humanos modernos, 229 primatas como os chimpanzés, assim como em ossadas fossilizadas de hominídeos como o "Australopithecus africanus" (-3,3 a -2,1 milhões de anos), o "Paranthropus robustus" (-1,2 milhões de anos) e os neandertais (-250.000 a -28.000 anos).
 
Os resultados mostram que só os humanos modernos recentes têm pouca densidade nos ossos, que é particularmente pronunciada nas articulações dos membros inferiores. "Esta mudança anatômica tardia na nossa evolução parece ter resultado da transição de uma vida nômade a um modo de vida mais sedentário", concluíram os cientistas.
 
Correio Braziliense

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