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Muitas pesquisas já revelaram o apoio social e emocional proporcionado pelos animais domésticos. No entanto, além de benefícios, os bichos de estimação podem transmitir infecções, principalmente para pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. Sabemos que eles podem nos passar raiva, toxoplasmose ou salmonela. Mas cachorros, gatos ou répteis também podem ser vetores de bactérias multirresistentes ou de moléstias pouco conhecidas e perigosas, como a doença da mordida do gato (causada pela bactéria Pasteurella multocida), doença da arranhadura do gato (bactérias do gênero Bartonella), gastroenterite (bactéria C. jejuni), ancilostomose (amarelão) ou ascaridíase. O alerta foi publicado nesta segunda-feira no periódico Canadian Medical Association Journal.
Alexandre Barbosa, professor de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp - Botucatu), explica que o risco de pessoas saudáveis adquirirem doenças transmitidas por animais de estimação é baixo, pois seu sistema imunológico consegue lutar contra as infecções. No entanto, pessoas vulneráveis como recém nascidos, crianças com leucemia, idosos, pessoas com aids ou que fazem tratamento com corticoides e adultos com câncer estão em risco.
Estudo
Os pesquisadores fizeram uma revisão de 500 artigos para explicar quais são os tipos de infecções transmitidas por animais de estimação, como ocorre a transmissão, quais são as formas de prevenção e qual é o papel dos profissionais de saúde nestes casos. De acordo com eles, o problema é que maioria das pessoas não está ciente dos riscos das doenças transmitidas ou causadas por animais e nem das práticas e recomendações para reduzir as chances dessa transmissão.
"Por exemplo, 77% das famílias que adquiriram um novo animal logo após um diagnóstico de câncer, optaram por um pet considerado de alto risco, como répteis ou filhotes", afirma Jason Stull, professor da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos.
Outro alerta dos pesquisadores é para o fato de que os médicos não costumam perguntar aos pacientes sobre o contato com animais de estimação, nem falam sobre os riscos de zoonoses, mesmo para pacientes com o sistema imunológico debilitado.
Prevenção
Todos os animais de estimação (cães, gatos, roedores, répteis e anfíbios) podem transmitir doenças para as pessoas e isso pode ser feito de diferentes formas. As mais comuns são mordidas, arranhões, contato com a saliva ou com as fezes do animal. Répteis e anfíbios são mais ardilosos e conseguem transmitir doenças indiretamente, ao contaminar as superfícies por onde passam.
Diante disso, os pesquisadores sugerem algumas medidas simples de serem aplicadas no dia a dia para ajudar na prevenção da transmissão destas doenças, como usar luvas de proteção ao limpar urina e fezes de animais, lavar as mãos após o contato com o pet e não permitir que o bichinho lamba sua face. Outras precauções como limpar regularmente o local onde o animal fica ou deixar caixas de areia longe da cozinha também são boas formas de evitar a doença. Além disso, adquirir um novo animal de estimação somente quando o sistema imunológico estiver mais resistente e levar seu bichinho regularmente ao veterinário também ajudam a minimiziar as chances de infecções causadas pela convivência com estes animais.
Barbosa recomenda que as pessoas não hesitem em procurar um médico em casos de acidentes com animais de estimação ou de infecções possivelmente associadas ao contato com os pets. "Toda mordida de animal, sem exceção, deve ser tratada em um pronto-socorro, pois podem causar infecções fatais. Arranhões negligenciados também podem causar graves de infecções de pele. Por isso, é bom ficar atento e sempre procurar um hospital" recomenda.
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