Até o fim deste ano, os laboratórios farmacêuticos deverão enviar à Anvisa três lotes totalmente rastreáveis de medicamentos, dando início assim a fase piloto do sistema aprovado em dezembro de 2013, através da resolução RDC 54
Ela prevê o rastreamento dos medicamentos por meio eletrônico, de forma a permitir a consulta ao histórico, aplicação e localização de toda unidade de medicamento produzido, dispensado ou vendido no território nacional, por meio de sistemas de informação armazenados em bancos de dados, que possibilitem o controle do produto desde a fabricação até a sua entrada no estabelecimento que realiza a dispensação. Sua implementação deverá acontecer até dezembro de 2016 para todos os medicamentos comercializados e distribuídos no país.
"A comunidade europeia investiu US$ 5,3 milhões para atingir em 2018 todos os requerimentos exigidos. Na Argentina, por exemplo, estão prevendo também a rastreabilidade de dispositivos médicos", comenta Charles Hoppenstadt, vice-presidente e gerente geral da área de Life Sciences Solutions da Axway, que esteve no Brasil para compartilhar a experiência de diversos países, que estão em diferentes estágios de implantação da rastreabilidade.
Desafios
Para o especialista a adoção das rastreabilidade é complexa, pois exige modificações desde a etapa de produção, no chão de fábrica, passando pelos sistemas de supply chain e logística, até a ponta do recebimento pelas farmácias, clínicas e hospitais. Com ela, a indústria pretende eliminar o contrabando e as falsificações de medicamentos nas farmácias. Para a área hospitalar, o intuito é evitar a dispensação de medicamentos errados aos pacientes.
Segundo ele, tem da haver um modelo de dados que faça o relacionamento de todos os centros da cadeia de rastreabilidade. Normalmente, o modelo de dados utilizado é EPCS (Experimental Physics and Industrial Control System) que gera o número de série dos medicamentos. "O desafio é a interoperabilidade entre todos os envolvidos na cadeia de distribuição", explica.
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