O maior centro de armazenamento de amostras biológicas e de manipulação de células da América Latina, localizado no Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro (Bio-Rio), na Ilha do Fundão, foi reinaugurado ontem (14) após obras de ampliação
O laboratório da empresa Cryopraxis, que atua na pesquisa e armazenamento de células do cordão umbilical, a partir de agora será capaz de reservar 10% das amostras de células disponíveis em seu banco de sangue para famílias pobres.
O investimento de R$ 5 milhões, em recursos da própria Cryopraxis, proporcionou um aumento de 40% na área instalada do laboratório e dobrou a capacidade de armazenamento, chegando a 80 mil amostras de sangue coletadas em todo o país. O laboratório trabalha armazenando as células de doadores com histórico de doenças genéticas como a leucemia, recolhidas no momento do parto para que no futuro, caso a doença se manifeste, a pessoa possa ser tratada com suas próprias células.
"Se uma criança desenvolver uma leucemia e houver a necessidade de um transplante de medula óssea, ela faz a requisição desse sangue que já está pronto para ser utilizado. Não há a necessidade de procurar em um banco público em que, devido à grande miscigenação, a chance de encontrar material compatível é de 1 para 100 mil. Com a célula da própria pessoa, a compatibilidade é de 100%, facilitando e agilizando o tratamento", explicou a diretora técnica da Cryopraxis, Janaína Machado.
O crescimento do laboratório levou ao surgimento do chamado “armazenamento social”. A partir de maio de 2015, famílias pobres do Rio de Janeiro e de São Paulo, com histórico genético de leucemia, terão acesso gratuito ao armazenamento de células-tronco do sangue de cordão umbilical para uso particular.
De acordo com Eduardo Cruz, presidente da Cryopraxis, a iniciativa faz parte de uma decisão da empresa de estender o serviço para quem pode precisar e não tem condições de pagar. “Vamos receber e analisar as solicitações de gestantes que comprovem o histórico genético na família. No Rio, o Instituto de Pediatria da UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro], uma das instituições mais respeitadas quando se trata da promoção da saúde e do bem-estar da criança e do adolescente, vai contribuir na identificação e no encaminhamento de casos com potencial de uso”, disse.
Presente à cerimônia de inauguração, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, destacou a importância do investimento. "Temos dado todos os incentivos para pesquisa e desenvolvimento na Ilha do Fundão, como a redução de impostos para a importação de equipamentos. Nessa parceria específica, na área de biotecnologia, estamos destinando 10% do incentivo para as pesquisas de células-tronco com famílias carentes, por meio do Rio Solidário”.
Agência Brasil
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