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terça-feira, 21 de abril de 2015

Saiba como se prevenir das doenças do frio

Problemas respiratórios ocupam quarto lugar entre as enfermidades que mais matam no Brasil. Especialistas alertam que queda da temperatura ajuda a potencializar sintomas
 
O outono está aí, e, com ele vêm as mudanças bruscas de temperatura e a chegada de um tempo mais frio. Nos próximos meses, a tendência de muita gente é preferir o aconchego do lar, principalmente à noite. Estão formados os piores cenário e período para os alérgicos. Dados médicos mostram que as alergias respiratórias – asma e rinite alérgica – acometem 25% da população brasileira, índice considerado alto se comparado a outras enfermidades crônicas, como diabetes (8%) e hipertensão arterial (15%). Além de atacar pessoas de qualquer faixa etária, provocaM perda na qualidade de vida, ausências nas escolas e no trabalho. Embora haja remédios para combater esses males, o melhor tratamento, segundo especialistas, é a prevenção.

Presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia – Regional Minas Gerais (Asbai), Roberto Souza Lima explica que a casa fechada, sem sol, favorece a multiplicação dos ácaros, que vivem, principalmente, nos colchões, travesseiros e almofadas das poltronas. “Esses microsseres são capazes de triplicar sua população diariamente. Em cada um grama de poeira pode haver 2 mil ácaros, que aumentam para 6 mil por dia. O resultado pode ser trilhões de ácaros no fim da temporada de frio”, afirma.

Ele ressalta que, na verdade, não são os ácaros que provocam alergia, mas as fezes desses micro-organismos. Cada ácaro pode pôr 32 bolotas fecais por dia. “Se multiplicarmos os trilhões de ácaros por 32 chegaremos a dados inacreditáveis”, diz. O outono é também propício ao uso de mais cobertores e agasalhos que podem estar guardados há meses, acumulando ácaros e, principalmente, fungos. O médico acrescenta que para complicar a vida do alérgico, este é o período de infecções viróticas (gripes) e bacterianas (sinusites, pneumonias, amigdalites e laringites), fechando o cenário propício ao aparecimento da rinite alérgica e da asma.

Até o fim de julho, asma e rinite podem ficar mais exacerbadas. Segundo Lima, a rinite aumenta em 80% e a asma em até 60%, acometendo principalmente crianças e idosos. As crises de rinite podem complicar com sinusites, otites e amigdalites, enquanto as de asma podem vir associadas a pneumonias e bronquites infecciosas. “Alergia significa uma resposta exagerada do sistema de defesa do nosso organismo, o sistema imune. Essa resposta é hereditária e, quanto maior, mais doenças alérgicas aparecerão. Mas, para que haja uma expressão à condição genética, é necessário o fator ambiental, principalmente o doméstico”, diz.
 
Assim, crianças com idade até 10 ou 11 anos e idosos estão mais susceptíveis à rinite e à asma, porque ficam mais tempo dentro de casa. “O ambiente externo com poluição, frio, ar seco e oscilações bruscas de temperatura pode agravar o quadro respiratório, mas as causas são fatores internos, dentro de casa.”

Pneumonia
As doenças respiratórias estão em quarto lugar entre as enfermidades que mais matam no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Entre elas, a pneumonia é a mais frequente e a terceira no ranking da mortalidade, tendo sido registrados 61.272 óbitos em 2012. Uma das prevenções é a imunização. Estudo publicado recentemente na comunidade científica comprovou a eficácia de uma dessas vacinas em adultos – a Prevenar 13, que combate 13 sorotipos de pneumonias pneumocócicas (considerados os mais prevalentes em todo o mundo), de um total de 93. Disponível desde 2009 para crianças, ela foi autorizada no país para os adultos há dois anos.

A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, de São Paulo, explica que a Prevenar 13 foi dedicada, inicialmente, às crianças. Devido à eficácia da vacina e sendo a doença mais prevalente nos extremos – entre os menores de 5 anos e maiores de 65 –, foi feito estudo para avaliar seus efeitos na população adulta. “Tínhamos anteriormente dados de segurança e de resposta imunológica, ou seja, a produção de anticorpos a partir da aplicação da vacina, relativos a esse grupo, mas não sabíamos se a medicação funcionava em termos de prevenção da doença.

Os testes envolveram cerca de 85 mil pessoas com idade acima de 65 anos, em 160 locais na Holanda. Duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, o Capita (Community-Acquired Pneumonia Immunization Trial in Adults) foi feito com o objetivo de avaliar a eficácia da Prevenar 13 na prevenção contra as pneumonias pneumocócicas adquiridas na comunidade (PAC). O trabalho apontou redução de 45,6% nos episódios iniciais desse tipo de pneumonia entre os vacinados em relação ao grupo que recebeu placebo.

A vacina, disponível por enquanto apenas na rede privada de saúde, é exatamente a mesma para o público adulto e infantil. A diferença se dá apenas na quantidade de aplicações. Crianças recebem quatro doses, e adultos apenas uma. Rosana Richtmann relata que, embora tendo sido constatado o sucesso da prevenção entre adultos, nos pequenos, a resposta a qualquer vacina é muito melhor, já que a qualidade dos anticorpos piora com a idade, por causa do envelhecimento do sistema imunológico.

Estado de Minas

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