Rio - Três semanas depois da data inicialmente prevista, começa na
segunda-feira a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. O atraso teria
sido motivado para que o Ministério da Saúde pudesse adquirir um produto que
contivesse proteção contra um novo tipo de vírus que circula pelo Hemisfério
Norte. As doses que serão oferecidas na rede pública, porém, não serão da mais
nova vacina existente no mercado, a tetravalente, que protege contra quatro
tipos de vírus. Os postos vão disponibilizar a trivalente.
A nova vacina, mais eficaz no controle da doença, só está
disponível em clínicas particulares por R$ 120. Não há previsão de entrada deste
novo imunizante na rede pública, informou o Ministério da Saúde. Produzida pelo
laboratório Sanofi Pasteur, a tetravalente protege contra duas cepas do vírus
tipo A da gripe e duas do tipo B. A trivalente combate apenas uma forma do tipo
B, além das duas do tipo A.
Para a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella
Ballalai, a novidade traz maior segurança, mas não inviabiliza o uso da
trivalente. “São duas boas vacinas. A questão é que há duas linhagens do tipo B
circulando, e se não coincidir a que circula com a presente na vacina, a
imunização pode fracassar”, explica a especialista. “Mas o vírus do tipo B que
está circulando no país até o momento é o contemplado pelo imunizante da
campanha. Ele está adequado”, garante.
A grande vantagem da tetravalente, segundo ela, é prevenir contra o possível
aparecimento da nova forma. Porém, isso não deve ocorrer ainda nessa temporada.
“Cada vez está mais difícil de prever qual das formas do vírus irá circular. Com
a nova vacina, essa dúvida não vai mais existir”, explica Isabella.
Trivalente vai ‘sair de linha’
O Ministério da Saúde ainda não tem previsão para a entrada da tetravalente
na lista de imunizantes oferecidos pelo SUS. Contudo, Isabella Ballalai acredita
que a mudança deve se dar já nos próximos anos.
“A tendência é de que a
trivalente nem seja mais produzida em breve pela eficácia maior da
tetravalente”, aponta a médica.
Mas a mudança deve ser gradual, devido ao tempo para produção da nova vacina.
“Nos EUA, 20% das vacinas eram tetravalente em 2014. Esse ano já subiu para mais
da metade”, diz. Segundo o Ministério da Saúde, a inclusão de uma nova vacina na
rede pública leva tempo, pois ela precisa passar por diversas análises do órgão,
como de eficácia e custo-benefício.
O Dia
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