Programa usa câmera de celular para identificar pessoas, informando ao paciente
seus nomes e graus de parentesco
Rio - Um aplicativo lançado recentemente ajuda portadores de Alzheimer a
reconhecer parentes ou amigos. Chamado de Memory Recaller, o programa funciona
através da câmera do celular, que identifica a pessoa à frente do usuário
através de mecanismo de reconhecimento facial, e avisa ao paciente o nome dela e
seu grau de proximidade.
É possível deixar o celular em um bolso frontal da camisa, para que
capte a imagem de quem estiver perto, e usar um fone para ouvir a identificação.
O aplicativo, da Samsung, também tem uma seção que permite ao paciente marcar
atividades feitas, para evitar repeti-las sem motivo. O Alzheimer causa a perda
progressiva de várias habilidades, inclusive da memória.
“Parece interessante e útil”, avalia o geriatra Tarso Lameri Mosci,
presidente da seção Rio da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. O
médico destaca que o próprio uso do celular é um estímulo. “É um desafio
cognitivo”, diz.
Ressaltando que a eficácia vai depender de cada paciente, Tarso aposta que o
aplicativo pode evoluir para mecanismos de reconhecimento mais avançados, como
de objetos ou trajetos. “É possível imaginar mil usos”, comemora.
O geriatra explica que, como o Alzheimer é uma doença multifatorial (ou seja,
não tem causa específica), a prevenção é realizada de diversas maneiras. Entre
elas, fazer atividade física, manter a mente ocupada e controlar índices como
colesterol, glicose e pressão. O principal fator de risco, no entanto, é a
idade. “A partir de 65 anos, a incidência vai dobrando a cada cinco anos. Perto
de 90 anos chega a 30% da população”, destaca Tarso. A incidência também é maior
entre mulheres, e em alguns casos tem fator genético. Apesar de reconhecer
avanços na compreensão do Alzheimer, o geriatra explica que não há cura. “Ainda
não temos tratamentos eficazes”, lamenta.
O Dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário