Sociedade Brasileira de Urologia Urologista. Moraes Júnior explica que versão inflável garante a qualidade de vida |
Existem hoje, no Brasil, cerca de 25 milhões de homens que sofrem de Disfunção Erétil (DE). Desses, cerca de 11 milhões – a maioria com mais de 40 anos – têm disfunções de moderadas a graves. Isso significa que eles não respondem mais à medicação via oral – como o Viagra, por exemplo.
Para muitos desses homens, a única solução para voltar a ter uma vida sexual ativa e satisfatória é o implante de uma prótese peniana.
Foi assim com o aposentado Mário Silva*, 70, vítima de um câncer de próstata 15 anos atrás. “Para mim, não tem outro tratamento. Depois da cirurgia (para a retirada da próstata), só a prótese. Eu fiquei muito deprimido, passei dez anos com depressão”, conta ele, que colocou a prótese há cinco anos. Hoje, ele está mais tranquilo. “Estou separado e tenho 70 anos. Isso não tem a importância que tinha aos 18. Na verdade, sempre tem, mas o melhor é ter saúde”, constata. Atualmente, as redes pública e complementar de saúde cobrem a colocação das próteses conhecidas como semirrígidas.
“A grande desvantagem delas é deixar o pênis ereto o tempo todo. Como o homem vai vestir uma sunga? Como vai colocar seus netos no colo para brincar?”, indaga o urologista Antônio de Moraes Júnior, chefe do departamento de andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Uma solução mais moderna já existe: as próteses infláveis. Elas são compostas por dois tubos que são implantados no corpo cavernoso do pênis, por um reservatório de líquido, implantado na barriga, e por um dispositivo de acionamento.
Quando o paciente está em uma relação sexual, ele aciona o dispositivo, o líquido sai do reservatório e enche os tubos, deixando o pênis ereto. Ao fim, ele desliga o acionador e o pênis volta a ficar em repouso. Essa diferença é fundamental para o bem-estar do paciente.
“A prótese semirrígida pode gerar algum constrangimento, porque o pênis só fica ereto. Os pacientes se sentem muito mais confortáveis para realizar as tarefas do dia a dia com a prótese inflável, porque você tem uma ereção muito parecida com a fisiológica”, explica o médico Augusto Barbosa Reis, professor de urologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Mas a modernidade custa caro. A cirurgia para colocação de uma prótese inflável não sai por menos de R$ 50 mil. Por isso, a SBU está reivindicando a inclusão do produto no rol dos procedimentos de cobertura obrigatória pelos planos de saúde.
“Em 95% do tempo, o homem precisa de seu pênis em repouso. Só em 5% – quando está em atividade sexual –, precisa dele ereto. A prótese inflável proporciona isso”, alega Moraes Junior.
*Pseudônimo usado para preservar a identidade.
Mobilização
A Campanha Nacional Contra a Disfunção Erétil, da SBU, pode ser vista no www.devoltaaocontrole.com.br.
O Tempo
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