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segunda-feira, 18 de maio de 2015

USP Ribeirão testa objeto menor que grão de arroz para combate a cegueira

Objeto menor que grão de arroz pode prevenir doenças que causam cegueira, diz USP (Foto: Antônio Luiz/EPTV)
Foto: Antônio Luiz/EPTV - Objeto menor que grão de arroz
pode prevenir doenças que causam cegueira, diz USP
Dispositivo colocado no globo ocular libera medicamento regularmente. Tecnologia reduz em 4 vezes o custo de tratamento de doenças na retina
 
Pesquisadores da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto (SP) evidenciaram a eficácia de um dispositivo mais fino do que um grão de arroz no tratamento de doenças como a retinopatia diabética, que pode levar à cegueira, por um custo quatro vezes menor do que implantes importados.
 
Desenvolvida pelo professor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Armando da Silva Cunha Junior, a tecnologia é testada desde 2014 pela Faculdade de Medicina no campus da USP no interior de São Paulo.
 
Na primeira fase de testes, classificada como de segurança, a inovação foi aplicada em dez pacientes com oclusão da veia da retina, com hemorragias que afetam o fundo dos olhos e um inchaço na região central da retina, explica o médico e pesquisador Rodrigo Jorge. Os resultados mostraram vantagens em relação a outros métodos de combate a doenças vasculares da retina.
 
"Esse inchaço é o principal responsável pela piora da visão nesses casos. Uma das drogas que funcionam para diminuir o inchaço da retina é o corticoide, justamente a droga que é colocada nesse pequeno comprimido que implantamos na parte de trás do olho. Esse comprimido libera essa droga de forma lenta e contínua, em doses apropriadas para o problema", afirma.
 
No decorrer da pesquisa, Jorge constatou que, além de reduzir a inflamação da retina, a tecnologia melhorou a acuidade visual dos pacientes e os poupou de receber injeções mensais de outros medicamentos tradicionais. Também demonstrou ter menos efeitos colaterais.
 
"Esse estudo teve como objetivo principal mostrar que o implante não ia machucar o olho do paciente. Não teve nenhum efeito ruim para o olho desses dez pacientes que foram tratados."
 
O tratamento também se mostrou mais barato e duradouro em relação ao implante já existente e desenvolvido por um laboratório na Califórnia, nos EUA. "O custo do implante desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais é em torno de R$ 600 e o importado é de R$ 2,4 mil. O efeito do implante pode durar de quatro a seis meses. Ele libera lentamente a droga. Isso é muito melhor do que o que é feito atualmente, que é a injeção de outros fármacos, cujos efeitos duram em média de um a dois meses", diz.
 
A próxima etapa, segundo o médico responsável pela pesquisa, é ampliar o número de pacientes testados para até 60 e focar na redução do inchaço e na melhora da qualidade da visão. O andamento depende de uma autorização da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep), em Brasília (DF).
 
Também são necessários investimentos, que podem partir da iniciativa pública e privada, explica Jorge. "Vamos tentar o recurso público, federal ou estadual, ou às vezes, por já ter sido testado em humanos, alguma empresa tenha interesse."
 
G1

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