Foto: Gustavo José Moretti |
O filho de uma paciente atendida na Casa de Saúde Hospital e Maternidade São Carlos, no interior de São Paulo, acusou o local de cobrar preços abusivos por equipamentos utilizados no pronto-socorro da unidade. O leitor Gustavo José Moretti afirmou que pagou R$ 109 por dois materiais que custariam R$ 4,60 em lojas, no total.
Gustavo levou a mãe ao hospital na última quinta-feira (11). Após o atendimento, ele recebeu um relatório detalhado de todas as despesas médicas e se surpreendeu ao encontrar na lista os itens “equipo macrogotas slip” e “Abocath” por R$ 50 e R$ 59, respectivamente. “O equipo nada mais é do que uma mangueira de borracha que conecta o frasco de soro até o abocath, o cateter utilizado para puncionar a veia. Como é possível cobrar R$ 109 por estes dois itens, que são descartáveis e utilizados no dia-a-dia do hospital?”, questionou.
Sem receber “nenhuma resposta satisfatória” da unidade, Gustavo disse ter feito uma pesquisa na internet, onde constatou que os materiais custavam R$ 1,60 e R$ 3. Inconformado, o leitor foi a uma loja especializada e comprou os dois itens por R$ 4,60.
“É uma diferença de, aproximadamente, 2.400%. A Casa de Saúde de São Carlos cobrou 2.400% acima do preço de mercado! A diferença de preço é absurda, é um abuso feito por este hospital.
Aproveitam-se de uma situação de fragilidade dos pacientes e seus parentes para cobrarem o preço que quiserem”, criticou Gustavo, que prometeu acionar judicialmente a unidade, para solicitar a devolução dos valores pagos.
Procurada pelo Terra , a Casa de Saúde Hospital e Maternidade São Carlos confirmou que os valores relatados por Gustavo estão corretos. A unidade explicou que utiliza a tabela Simpro, de referência nacional, para definir o valor de materiais durante o processo de cobrança dos serviços prestados em âmbito hospitalar e reforçou que o uso dela é informado aos pacientes por meio de cartazes fixados nas recepções.
De acordo com o hospital, “a precificação da tabela corresponde ao preço médio de aquisição, multiplicado por um fator que corresponde à remuneração pelos serviços de seleção, programação, armazenamento, distribuição, manipulação, dispensação, controle e aquisição” dos equipamentos. A Casa de Saúde explicou que a tabela “simplifica as rotinas de precificação dos hospitais e elimina eventuais erros de cálculo”.
A unidade se colocou à disposição de Gustavo para explicar as tabelas utilizadas para precificar o atendimento e mostrar como funciona o processo.
Terra
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