A música clássica, já utilizada em alguns tratamento médicos, pode ajudar também na luta contra a epilepsia. Os cérebros de portadores da doença reagem de forma diferente aos sons eruditos, e médicos querem usar esta característica para desenvolver novos procedimentos que acabem com as convulsões.
A descoberta foi apresentada na 123ª Convenção Anual da Associação Psicológica Americana, no Canadá. O experimento envolveu a análise do lobo temporal de pacientes: cerca de 80% dos casos de epilepsia são causados por alteração nessa região, a mesma em que a música é reconhecida pelo corpo.
Os responsáveis estudaram o cérebro de 21 pessoas (epiléticas ou não) enquanto ouviam duas músicas, intercaladas com três intervalos de dez minutos de silêncio.
O nível das ondas cerebrais aumentou para todas as pessoas enquanto ouviam as sinfonias. Em quem tinha epilepsia, no entanto, a atividade cerebral ficou sincronizada com as obras musicais. “O cérebro pode se sincronizar com a música e não provocar convulsão. Nossos pacientes não têm convulsões quando escutam a música”, explicou Christine Charyton, professora da Universidade de Ohio e uma das autoras do estudo, ao ‘Correio Braziliense’.
Os responsáveis ressaltaram, contudo, que não só ainda é preciso aprofundar os estudos para pensar em novos procedimentos, como também a música clássica não será um tratamento por si só.
“Acredito que entender melhor como o cérebro reage à música fará com que, futuramente, possamos pensar nela como uma possibilidade de intervenção, não sozinha, mas incorporada a técnicas já utilizadas”, acrescentou Charyton.
Além disso, como o estresse é uma das causas das crises de epilepsia, o efeito relaxante da música pode ser importante parar evitá-las.
Bálsamo contra estresse e hipertensão
Entre outras aplicações, a música clássica é indicada para o tratamento de estresse, hipertensão e doenças cardiovasculares. Isso acontece porque o ritmo pode regular os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea e a respiração, agitando ou relaxando o nosso corpo.
Isso não significa, no entanto, que estes benefícios podem ser alcançadas apenas escutando canções em casa: é preciso o acompanhamento de um profissional.
O Dia
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