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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Micoses: Proteção propícia

Alguns ambientes, como vestiários, piscinas ou banheiros, são os que mais favorecem a contaminação por fungos e bactérias. As crianças são as mais acometidas pela baixa imunidade

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Sol, praia, piscina e muito, mas muito calor. A estação mais quente do ano está se aproximando e, com ela, além de diversão e dias de descanso, existem alguns problemas de saúde que podem afetar a população de tal maneira que o lazer dá lugar à preocupação.

Com o aumento das pessoas que frequentam praias e piscinas, também aumenta o contato com os fungos causadores das micoses, já que estes ambientes são úmidos e quentes, se tornando ideais para a proliferação e contaminação.

E não adianta muito fugir do problema, já que cerca de 90% da população irá ter a doença pelo menos uma vez na vida. Mas isso não quer dizer que o consumidor não deva se prevenir, já que pele, unhas e cabelos são as áreas mais atingidas pelos fungos, que estão presentes no solo e na própria derme humana.

As micoses são caracterizadas por manchas brancas ou vermelhas que causam coceiras em áreas de dobras, como axilas, virilhas ou entre os dedos das mãos e dos pés. É uma doença produzida por fungos e pode ser classificada como superficial ou profunda. O tratamento é prolongado e deve ser seguido à risca, para evitar o reaparecimento ou o contágio para outras pessoas.

Como destaca a dermatologista do Hospital Bandeirantes, Dra. Suzy Rabello, essas doenças podem ser apenas superficiais (restringindo-se a lesões de pele, cabelos ou unhas) ou profundas. “As micoses profundas são mais frequentes em pacientes com alterações da imunidade, como os portadores de doenças graves, ou mesmo em pacientes com a imunidade íntegra, mas com contato de porções internas com os fungos (por exemplo, doenças como esporitricose e cromomicose que são adquiridas por entrada de farpas contaminadas).” Mas, segundo a especialista, as micoses mais comuns são aquelas superficiais.

Como se dá o contágio
Como os fungos se desenvolvem melhor em ambientes úmidos, os meses mais quentes do ano (verão) são os mais propícios para o aparecimento da micose.

De acordo com o pediatra formado pela Faculdade de Medicina do ABC, com especializações e títulos pela Universidade Federal de São Paulo na Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California – Los Angeles (Ucla), Dr. Sylvio Renan, os fungos são habitantes usuais do organismo humano e costumam provocar micoses quando ocorre alguma queda de imunidade no indivíduo.

O contágio, como explica o clínico geral do Hospital San Paolo, Dr. Bento Carvalho Filho, pode se dar diretamente por meio do contato com a pele contaminada ou indiretamente, por intermédio de materiais contaminados, como tesouras, alicates de unhas, sapatos e roupas de outras pessoas. Como as micoses acometem principalmente a pele, costumam provocar lesões dérmicas, principalmente em regiões mais úmidas (pés, axilas, virilhas e região de fraldas, em bebês), como completa o Dr. Renan.

Se a micose ocorrer na pele, pode haver o aparecimento de uma área avermelhada com certa descamação e prurido. “Em unhas, pode haver desde um aspecto amarelado até descolamento e espessamento da unha”, detalha a dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Samantha Kelmann.

A coceira é o sintoma mais frequente, mas o paciente pode sentir ardor nos locais afetados também, como relata a dermatologista do Hospital Bandeirantes. Há formas de micose que não causam coceira, apenas modificação da cor da pele – que é o caso da Pitiríase versicolor vulgarmente conhecida como pano branco.

As micoses das unhas não trazem sintomas, mas modificações da coloração e da espessura das unhas.

“Quando o paciente chega a sentir dor, é pela compressão da pele pela unha espessa, já que a unha é uma estrutura morta e, portanto, indolor”, alerta a Dra. Suzy.

É importante salientar que a superfície da pele é habitada por fungos que não causam doenças habitualmente até que ocorra alguma falha nas barreiras de defesa do corpo, como, por exemplo, na maceração da derme pelo suor nas dobras. “A pele íntegra é fundamental para que os microrganismos que estão apenas sobrevivendo na superfície não causem doenças”, acrescenta a especialista.

Formas de tratamento
Como a maioria das infecções por fungos ocorre na pele, de acordo com o pediatra Dr. Renan, o tratamento das micoses é feito habitualmente por pomadas, cremes ou loções de uso local. As lesões mais disseminadas, assim como as que acometem outros órgãos que não a pele, necessitam de tratamento mais intensivo, podendo haver necessidade até de tratamento endovenoso.

A diferença de cada um dos tratamentos é a via de administração, sendo as pomadas, loções e os sprays de uso em via tópica e os medicamentos orais, de uso em via sistêmica. A indicação varia entre os locais acometidos, a extensão e gravidade do quadro.

Além disso, o Dr. Renan destaca que a decisão entre pomadas, creme, loções ou sprays depende da região, do tipo de pele e da intensidade da lesão.

Para as lesões mais antigas, as mais profundas e as de outros órgãos, podem exigir tratamentos mais resolutivos, como comprimidos, suspensões, ou mesmo injetáveis. “O tempo do tratamento depende da intensidade, do tempo de duração da doença e da velocidade de resposta ao tratamento.”

Praticamente, não há diferença nas manifestações das micoses em adultos e crianças, mas é necessário tratamento especializado visto que a pele das crianças são mais sensíveis e absorvem mais que a pele dos adultos.

A diferença mais flagrante nas manifestações de micoses são as dos cabelos: adultos podem até ser portadores dos fungos, mas não manifestam micoses no couro cabeludo. Nas crianças, de acordo com a dermatologista do Hospital Bandeirantes, pode-se, além de apresentar a doença nos cabelos, ter uma inflamação muito intensa.

Outras diferenças são a predisposição a micoses na área das fraldas (idosos podem ter quadros similares). O que inicia o quadro é a alteração da pele pela irritação causada pela urina ou fezes e a subsequente doença causada pelo fungo que vive no aparelho digestivo.

Guia da Farmácia

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