Mortes por erro humanos não são contabilizadas nas estatísticas oficiais. Mais de 250 mil óbitos por ano são atribuídos a erros, segundo pesquisa
Médico faz cirurgia nos EUA (Foto: John Crawford/NCI)
Erros médicos são apontados como a terceira maior causa de morte nos Estados Unidos num estudo publicado nesta terça-feira (3) no periódico “British Medical Journal”.
Esses óbitos decorrentes de fatores humanos não são contabilizados nas estatísticas oficiais nacionais. Ao analisar os dados de mortalidade no país por oito anos, pesquisadores da Johns Hopkins University School of Medicine constataram que mais de 250 mil mortes por ano são atribuídas a erros.
O número superou os 150 mil óbitos por problemas respiratórios, considerado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, como a terceira maior causa de mortalidade. De acordo com a equipe da Johns Hopkins, o método utilizado pelo CDC para a coleta da estatística de saúde nacional falha não contabilizar erros médicos das certidões de óbito.
"Os índices de mortes diretamente atribuídas aos erros médicos não são considerados por nenhum método padronizado nas estatísticas nacionais ", diz Martin Makary, pesquisador do Johns Hopkins Hospital.
De acordo com o estudo, em 1949, os Estados Unidos adotou um método que usa a Classificação Internacional de Doenças (CID) para atribuir a causa da morte. Assim, mortes não associadas ao CID, como fatores humanos, não são computadas.
Os pesquisadores alertam, no entanto, que a maioria dos erros médicos não são devido a médicos ruins e que o estudo não tem a intenção de punir ou de mover uma ação legal contra eles. Segundo eles, a maioria dos erros é derivado de problemas sistêmicos, incluindo tratamentos mal coordenados, sistemas de seguro fragmentados, além de variações injustificadas nos padrões de prática médica, sem a devida prestação de contas.
G1
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