Reuben, antes e depois das pernas protéticas (BBC) |
Um menino de três anos teve as duas pernas e sete dedos amputados após um erro de diagnóstico na Inglaterra.
O caso teve início quando, em julho de 2015, Lou Harvey-Smith levou seu filho Reuben a um hospital público na cidade de Ipswich uma queimadura acidental com um ferro de passar.
Dois dias depois ela retornou ao local porque o menino estava com febre alta e dor de garganta.
Os médicos disseram que ele estava com amigdalite (inflamação na amigdala) e receitaram antibióticos.
No dia seguinte, porém, o estado do menino piorou muito.
A mãe ligou para uma unidade especializada em queimaduras no Chelsea and Westminster Hospital para ouvir uma segunda opinião.
Os médicos dali suspeitaram de choque tóxico, uma infecção que pode ser fatal. O problema seria causado por bactérias que teriam entrado pela ferida e estariam liberando toxinas venenosas no sangue de Reuben.
‘Pés novos’
O menino foi levado às pressas para o hospital de Ipswich e, de lá, transferido para uma unidade em Londres.
A essa altura, porém, a infecção já era tão grave que ele corria risco de morrer e seus membros precisaram ser amputados.
"[Reuben] olhou para as pernas amputadas e disse 'os pés ruins já foram, agora traz os novos'", contou a mãe, que tem 41 anos.
Ela disse que o menino "aceita (a realidade) e segue sua vida", mas processou o hospital de Ipswich. A instituição admitiu que o choque tóxico era uma “possibilidade significativa” com base nos sintomas da criança e que a amputação poderia ter sido evitada se o diagnóstico e tratamento tivessem sido feitos antes.
“É extremamente preocupante que eles soubessem da ligação entre queimaduras e choque tóxico e mesmo assim não tenham considerado essa possibilidade no caso de Reuben”, disse advogado de Harvey-Smith, Tim Deeling.
Os responsáveis pelo hospital fizeram um pagamento de 50 mil libras (cerca de R$ 210 mil) à família para cobrir gastos temporariamente.
“No processo em andamento, admitimos total responsabilidade por falhas no atendimento de emergência dado a Reuben em julho de 2015 e pedimos desculpas sinceras”, disse um porta-voz.
Segundo ele, a equipe médica recebeu treinamento para reconhecer possíveis sintomas de choque.
O hospital, acrescentou, “está comprometido em garantir que Reuben seja compensado de forma apropriada para que tenha os cuidados, as próteses e equipamentos que precisa pela vida”.
G1
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