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O coquetel “milagroso” à base de cloroquina é parte de um conjunto de remédios usados no tratamento da malária. A mistura parou o processo que as células cancerígenas do corpo da jovem usavam para resistir à terapia, recondicionando o câncer para ser combatido com o que já havia sido prescrito antes.
Juntamente com Rosendahl, outros dois pacientes com câncer de cérebro foram tratados com a combinação e ambos mostraram melhora semelhante. “Lisa é uma jovem adulta com uma vontade muito forte de viver. Mas tinha um glioblastoma agressivo de alto risco e quando começamos esse trabalho, ela já havia tentado tudo. Para essa população, as taxas de sobrevivência são sombrias. Milagrosamente, ela teve uma resposta a essa combinação. Quatro semanas mais tarde, ela já conseguia ficar de pé e tinha melhorado o uso de seus braços, pernas e mãos”, afirma Jean Mulcahy-Levy, investigador da Universidade do Colorado Cancer Center.
A ciência por trás do uso inovador da droga, foi construída em grande parte no laboratório de Andrew Thorburn, vice-diretor do CU Cancer Center, onde Mulcahy-Levy trabalhou como um companheiro de pós-doutorado. O laboratório de Thorburn estuda um processo celular chamado autofagia. Do grego “comer a si mesmo”, a autofagia é um processo de reciclagem celular em que organelos celulares chamados autofagosomas encapsulam material extra ou perigoso e o transportam aos lisossomos da célula para eliminação. Em bom português, seria como se desmontássemos um conjunto de bloquinhos de Lego, separando-os em energia e proteína permanecendo assim livre de venenos (remédios). Sacou? E alguns cânceres, como o de Lisa, sobrevivem dessa forma.
Contudo após participar de um teste e tomar a cloroquina, a doença começou a regredir. “Meu câncer ficou menor, o que é incrível para mim”, diz Lisa. Tanto que recentemente a jovem decidiu comprar uma nova cadeira de rodas para que ela pudesse passear pelo shopping mais vezes. Isso a faz sentir saudável de novo, o que é ótimo.
Os estudiosos pretendem ampliar o uso da droga em doentes cujos cânceres sejam autofágicos para inibir essa reação e permitir que os tratamentos recomendados surtam o efeito desejo. “Eu realmente gosto de ser capaz de realmente adaptar a terapia para o paciente”, diz Mulcahy-Levy. Já para a jovem isso tudo tem outro significado. “Espero que (o experimento) ajude pessoas que sofrem com isso.” Vai ajudar, Lisa.
Com informações da Universidade do Colorado
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