Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, a pedido da Sociedade Brasileira de Urologia, o Instituto Oncoguia e a Bayer, revelou que 76% dos torcedores brasileiros identificam o exame de toque retal importante para o diagnóstico de câncer de próstata. Porém, 21% deles acham que o exame “não é coisa de homem”.
O estudo, feito em estádios de futebol, queria saber a preocupação dos torcedores brasileiros com relação à saúde, na tentativa de identificar os motivos que impedem os brasileiros de se cuidar de forma adequada.A pesquisa aponta que os eles temem mais o câncer em geral (29%) e as doenças cardiovasculares (20%), mas pouco se atentam ao câncer de próstata (10%), mesmo sendo o segundo tipo de câncer mais prevalente na população masculina – atrás apenas do câncer de pele não-melanoma – e que, até o final deste ano, atingirá mais de 60 mil homens, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer).
A pesquisa ainda mostra que cerca de 48% dos entrevistados afirmam acreditar que o machismo é o principal motivo pelo qual os homens não fazem o exame de toque. Já outros 12% apontam a vergonha e o constrangimento como impeditivos, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Archimedes Nardozza.
— Tais dados confirmam a necessidade de trabalhar a conscientização da população a fim de promover a prevenção e o cuidado com a saúde. O brasileiro precisa entender que o exame de toque é um procedimento simples, indolor e rápido, e que acima de tudo é essencial para o diagnóstico de qualquer alteração da próstata.
Cuidados primários, como consultas e check-ups periódicos, são medidas responsáveis por prevenir e identificar doenças comuns ao envelhecimento da população masculina. Os resultados mostram que, embora 62% dos entrevistados afirmem já ter ido ao urologista, 34% não fazem o acompanhamento recomendado pelos médicos, pois se consideram saudáveis. E um dado que preocupa: entre os entrevistados com mais de 60 anos, cerca de 27% nunca fizeram o exame de toque.
A falta de periodicidade nas visitas ao urologista contribui para uma detecção tardia do câncer de próstata, já que muitas vezes a doença é silenciosa não apresentando sinais ou sintomas, ressalta o médico. Apesar de reconhecerem a importância do exame, apenas 51% daqueles que se consultaram com o especialista de fato fizeram o exame de toque retal, afirma Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia que presta suporte e auxílio aos pacientes com câncer.
— O câncer de próstata é um dos tipos mais prevalentes e, assim como em outros tipos de neoplasias, pode ser combatido mais facilmente quando detectado precocemente. Por isso, fazer a prevenção é essencial. A pesquisa foi realizada nas sete capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Recife) com maior incidência da doença segundo o INCA, e entrevistou 1.062 homens acima dos 40 anos.
R7
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