Custo da vacina em farmácia seria 40% menor Perspectiva da associação das grandes redes é que, após regulação da Anvisa, mais de 1.500 lojas passem, de imediato, a oferecer o serviço; a redução do preço viria da maior escala na compra
Em vias de ser concluída, a regulamentação nacional da vacinação nas farmácias permitiria, de imediato, que 1.500 lojas começassem a oferecer o serviço, triplicando a oferta de locais privados para a imunização e a um custo que deve ser 40% menor ao praticado hoje pelas clínicas particulares.
A estimativa foi apresentada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), entidade que reúne as 28 maiores do ramo. Após a regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em fase de consulta pública, a previsão de médio prazo é que todas as 7.100 lojas ligadas a associação ofereçam vacinas.
“Já temos 1.500 pontos de venda preparados e que devem começar a realizar a vacinação assim que o serviço for regulamentado. Estamos falando de triplicar a capacidade instalada no Brasil”, diz o presidente executivo da entidade, Sergio Mena Barreto.
Terceira maior do setor, a Pague Menos é uma das empresas que está apenas aguardando a regulação para iniciar a oferta do serviço. “Assim que a parte de imunização for regulamentada queremos implementar em todas as nossas unidades”, afirma o presidente da companhia, Mário Queirós.
Um dos diferencias da venda de vacinas nas farmácias, segundo o executivo, seria o preço. Como as grandes redes possuem uma escala muito grande, a perspectiva é que o valor cobrado seja consideravelmente menor do que o praticado hoje nas clínicas privadas. “O poder de compra das grandes redes pode baratear esse custo para a população.”
A estimativa da Abrafarma é que o preço da vacina vendida nas farmácias seja, em média, 40% menor, justamente pela maior escala e poder de barganha das redes. “O preço da vacina de gripe, por exemplo, varia hoje entre R$ 120 a R$ 190, sendo que o valor listado na Anvisa é R$ 40. A farmácia vai poder vender a vacina a R$ 40, aplicar mais uma taxa pelo serviço prestado, oferecendo a vacinação por um valor de R$ 80 a R$ 90”, explica Barreto.
Presidente da Raia Drogasil, maior rede do País, Marcílio Pousada também sinaliza para um barateamento do custo da vacinação caso fosse aplicada nas farmácias. “Há dois anos atrás fui tomar uma vacina da gripe. Fiquei uma hora e meia na fila e paguei R$ 180. Se vendesse nas nossas farmácias poderíamos cobrar metade do preço”, promete o empresário.
Visão do consumidor
Defendida pelos varejistas, a possibilidade de aplicar vacinações nas farmácias também é bem vista pelo consumidor. Estudo do Ibope, divulgado ontem, mostra que 82% dos brasileiros teriam interesse em realizar a vacinação nas drogarias, caso a oferta já existisse.
Os principais benefícios citados foram a praticidade, pela maior proximidade das lojas, e o horário de atendimento mais extenso, em comparação com as clínicas particulares. Na outra ponta, ainda há um receio da população em relação a adequação dos locais e a qualificação dos farmacêuticos para a aplicação da imunização.
“Existem alguns pontos de atenção, como capacitação do farmacêutico, ambiente seguro e preço, mas, em geral, o conceito é bem visto pelo brasileiro”, explica a CEO do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari.
Além do benefício para a população, a expectativa das grandes redes é que a aplicação da vacina e a realização de outros serviços farmacêuticos (o que já vem ocorrendo) gere também um impacto positivo no faturamento. “Esperámos que melhore as vendas, porque o consumidor que vai à loja para aplicar uma vacina acaba comprando outros produtos”, diz o presidente da Abrafarma.
Os serviços farmacêuticos, (tratamento de hipertensão, diabete, medição da pressão arterial, entre outros), presentes em 850 lojas da entidade, já vêm contribuindo para as vendas. Na Pague Menos, por exemplo, o impacto tem ocorrido na frequência de ida e no tíquete médio. O cliente fidelizado pelo atendimento clínico – oferecido em 583 unidades da rede – vai, em média, uma vez por mês a mais no ponto de venda e possui um gasto médio quase duas vezes maior que o de um cliente normal.
DCI
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