Rio de Janeiro, 21 de setembro de 2017 - As vacinas são uma forma eficaz de se proteger contra vírus e bactérias, por isso, é uma medida importante para a saúde da população. Mas o cuidado com as doses a serem tomadas não deve ser só para bebês, crianças ou adultos; os idosos também devem se imunizar. Para comemorar o Dia Mundial do Idoso, celebrado em 1º de outubro, o infectologista Jessé Reis, integrante do corpo clínico do laboratório Lâmina, responde às principais dúvidas sobre a vacinação na terceira idade.
Os idosos podem se vacinar?
Sim, os idosos também têm que tomar certos cuidados. Com o passar dos anos, o sistema imunológico reduz a capacidade de responder a algumas infecções. Doenças simples como a gripe podem levar a complicações respiratórias graves e induzir outras infecções bacterianas, como a doença pneumocócica.
Por que é importante a vacinação na terceira idade?
As imunizações da infância vão perdendo sua eficácia, e podem existir novas vacinas criadas depois da época do nascimento do idoso. Algumas vacinas precisam ser mantidas com doses regulares ao longo do tempo para que preservem sua capacidade protetora, como a vacina contra o tétano e a difteria, que deve ser repetida a cada 10 anos. Outras razões que podem obrigar um idoso a tomar mais vacinas são as doenças de base e aquelas que afetam o sistema imunológico, mais fragilizado nessa idade.
Quais os benefícios das vacinas para os idosos?
Além da prevenção, a imunização está ligada diretamente à redução de hospitalizações por doenças cardíacas e cerebrovasculares, que podem ser agravadas pela pneumonia ou influenza (gripe), levando até à morte. Com o calendário de vacinas para os idosos, observa-se a queda das internações por esses motivos.
Que vacinas os idosos podem tomar?
A vacina contra difteria, tétano e coqueluche deve ser lembrada como opção e deve ser feita em intervalos de 10 anos nos indivíduos que tenham o esquema básico da vacina completo. A tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) pode ser importante, especialmente em situações de viagens internacionais, para locais em que essas doenças ainda não estejam controladas. Para eles também são indicadas a vacina anual da gripe e a pneumocócica. A última protege contra infecções graves causadas por essa bactéria e é indicada, principalmente, para idosos cardiopatas, diabéticos, portadores de doenças pulmonares crônicas e/ou outras doenças crônicas. Mesmo sem doenças de base, é uma vacina importante após os 65 anos.
Outro exemplo de imunização focada na terceira idade é a vacina contra o herpes zoster, uma manifestação do vírus da varicela que acomete principalmente os idosos e pode causar grande desconforto por conta do quadro de dor crônica que gera. Já a necessidade da vacina da febre amarela deve ser avaliada por um médico, que precisa levar em consideração o benefício e os riscos de eventos adversos nessa faixa etária e/ou decorrentes de comorbidades, bem como o histórico vacinal. Atualmente, a vacina é recomendada em dose única, não sendo mais necessários reforços, e é indicada apenas para idosos que morem em áreas endêmicas ou que estejam passando por elas.
Paula Borges
paula@saudeempauta.com.br
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