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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Música em procedimentos urológicos reduz em até 90% dor e ansiedade, diz estudo

Pesquisa apontou que a musicoterapia pode ser ampliada para além da urologia, e usada em qualquer procedimento médico; a satisfação dos pacientes aumenta em 53% quando há a presença sonora em exames

Já é comprovado que o uso da música como terapia traz inúmeros benefícios para a saúde, principalmente para a reabilitação física e mental. A técnica da musicoterapia já é utilizada como uma alternativa no tratamento de doenças neurodegenerativas , por exemplo. Além disso, de acordo com um novo estudo liderado por um cirurgião-chefe da área de urologia, ouvir música durante os procedimentos urológicos também pode ser positivo e reduzir a dor e a ansiedade dos pacientes em até 90% dos casos nessas ocasiões.

Foi o que Bhaskar Somani, consultor de cirurgia urológica do Hospital Universitário Southampton NHS Foundation Trust, no Reino Unido, percebeu em uma pesquisa em que ele é o autor. Segundo o especialista, esse tipo de intervenção é “prática, barata e inofensiva”. Com os resultados da pesquisa, foi possível constatar que a presença sonora aumentava a satisfação dos pacientes em 53% dos casos e a vontade de voltar a serem tratados no futuro também ficou 40% maior.

“Na era moderna, o volume de procedimentos urológicos feitos em regime ambulatorial aumentou e muitos deles são realizados com anestesia local”, explicou ele. “No entanto, do ponto de vista do paciente, a experiência de passar por tais procedimentos – não apenas em urologia , mas em qualquer outra especialidade médica e cirúrgica – enquanto acordado pode causar dor e ansiedade”, defende o cirurgião, que amplia o uso da música para qualquer atendimento médico que pode deixar o paciente desconfortável.

Pesquisa
Somani e seus colegas analisaram dados em 1.900 pacientes de 15 estudos internacionais que participaram de consultas de urologia ambulatorial para uma série de procedimentos e avaliações. A análise, publicada no Journal of Urology, também apontou evidências de pacientes que ouviram musica tolerando níveis mais altos de ondas de choque, um procedimento usado na urologia. Para Somani, “a música parece diminuir a ansiedade e a dor e servir como uma ferramenta útil para aumentar a satisfação processual e a vontade de passar por isso novamente”.

Ele disse que os benefícios comprovados – baixo custo e simplicidade da musicoterapia – apresentaram um “motivo forte” para uma maior implementação em outras especialidades. “Um dos pontos fortes da música é o baixo custo, a natureza não-invasiva e a praticidade”, acrescentou Somani. “São motivos muito fortes para que a opção de música como terapia adicional seja oferecida a todos os pacientes quando se submetem a procedimentos ambulatoriais”.

iG

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