por Verena Souza, de Boston (EUA)
22/03/2011
Parcerias entre empresas do segmento, terceirização de processos e PPPs são algumas das alternativas para maior sustentabilidade
O cenário, dos últimos dez anos, para a indústria farmacêutica é preocupante. A falta de confiança dos investidores é evidente, as normas regulatórias estão cada vez mais rígidas, o suporte público tem diminuído, o mercado tem ficado cada vez mais competitivo e o problema do tempo e do risco para o desenvolvimento de novas drogas persiste. Soma-se a isso o fato de que dezenas de patentes de remédios vão expirar até 2013. Em 2011, o medicamento Lípitor, que combate o colesterol, por exemplo, já teve sua patente quebrada no Brasil.
Apesar dos aspectos negativos e das perdas bilionárias programadas, as indústrias farmacêuticas têm reorganizado sua forma de conduzir o desenvolvimento de novas drogas, o que deve alterar de forma significativa a tendência de declínico, até então, traçada.
A constatação é do centro de estudos de desenvolvimento de drogas Tufts University, localizado em Boston, nos Estados Unidos (EUA) - região de grande relevância em pesquisas médicas e farmacêuticas.
Nos EUA, a Pfizer lidera o ranking das companhias mais afetadas com a quebra de patentes. Serão cerca de US$ 29 bilhões até 2013. Em segundo lugar está a Lilly com US$ 12,9 bilhões.
Entretanto, estas mesmas organizações protagonizam parcerias no desenvolvimento de fármacos para otimizar tempo e custo. "Parcerias entre farmacêuticas era algo impensado há cinco anos. Elas preferiam afundar do que compartilhar riqueza. Agora, elas são uma boa alternativa para o sucesso dos negócios", afirmou o diretor e pesquisador da Tufts, Kennth Kaitin.
Além disso, empresas como Sanofi-Aventis, Merck, Astrazeneca, entre outras, começaram a terceirizar funções nas etapas de testes dos medicamentos e buscar novas possibilidades com instituições acadêmicas e parcerias público-privadas.
Para Kaitin, os problemas enfrentados pela indústria - muitos deles decorrentes do modelo praticado anteriormente - são um estímulo para a inovação. "Apesar dos desafios, o mercado farmacêutico é bastante rentável", disse.
*A jornalista viajou a convite da Interfarma
http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=76793
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