por Maria Carolina Buriti 23/03/2011 Consultor aponta oportunidades " O consumidor vai transformar a cadeia de saúde, ele transformou a cadeia varejista no mundo", afirmou o consultor da e- Health- Summit, Guilherme Hummel, sobre a forte atuação do consumidor no crescimento do e-commerce e a consequente mudança no varejo E essa transformação já está presente no setor de saúde, com uma participação maior do paciente, que impulsiona novos players na cadeia e o surgimento de novos papéis para o paciente e para o médico. Hummel falou sobre a reivenção da cadeia de saúde e a importância da área de Tecnologias da Informação e Comunicação (Tics) em saúde, durante o SAP Forum 2011, que ocorre de 22 a 24 de março, em São Paulo, capital. O executivo acredita que a saúde global está no epicentro de uma revolução e a tecnologia tem papel fundamental nisso. Hummel cita informações do Fórum Econômico Mundial de 2010, que comprovam a importância do setor: a preocupação com as doenças crônicas está à frente dos temas poluição e crime organizado, na opinião dos líderes presentes. De acordo com Hummel, o paciente é peça-chave na revolução. O consumidor de saúde era omisso e sem informações, dependente do médico e de suas orientações está com os dias contados. Hoje, o mundo é dos e-patients, o paciente bem informado sobre o setor e sobre as doenças. E, o médico, antes com uma visão missionária dá lugar ao e-doctor, mais consultor do que curador. Outra mudança é que o antigo paciente, que apesar de muito difundido como eixo central da cadeia, nunca esteve no centro dá lugar as informações clínicas do e-patient. "As informações clínicas do paciente ficarão armazenadas e permitirão salvar a vida de outros pacientes", disse. A transformação, pelo menos do prontuário eletrônico, virá em três décadas, mais lenta em alguns países mais rápida em outros, este é um caminho sem volta. E trilhando esse caminho estão empresas que já estão transformando a cadeia de saúde. A conhecida relação entre os players do setor envolvendo hospitais, operadoras, indústria e laboratórios ganha novos pares: empresas que enxergam a saúde como um nicho de crescimento e oportunidades. São novos tipos de atuação, empresas de day hospital, home care, medical call center, segundo diagnóstico (voltadas para aqueles pacientes que desejam confirmar um diagnóstico antes de uma cirurgia, por exemplo, mas querem uma segunda opinião de uma companhia que não está diretamente envolvida no caso) e companhias que cruzam o universo de saúde- como a área de Telecom, por exemplo. "Não tem sentido o médico não falar com o paciente por e-mail e SMS, se ele não fizer, alguma empresa fará", analisa o consultor. Segundo ele esta é a era da conveniência e portanto novos serviços serão incorporados para suportar a conveniência, ou seja, a relação ficará cada vez mais "virtual", sem a necessidade da presença no consultório. Para Hummel, as empresas devem se atentar as possibilidades. " Existe uma grande oportunidade para os players do se´culo 21. Se você não fizer, alguém fará por você". Mundo Apesar de informações escassas sobre os futuros gastos que o Brasil realizará em e- health, Hummel estima que na pior hipótese, se o Brasil só atender a demanda, serão de US$ 5 a 10 US$ bilhões investidos em uma década. Caso, o País tenha um papel significativo nessa revolução de saúde, o valor salta para US$ 30 bilhões. Em 2009, foram gastos em e- health, US$ 86 bilhões no mundo, em 2010 o número alcançou US$ 89 bilhões. A China investiu US$ 62, 7 bilhões em 2007 e a Austrália está aplicando 5, 2% do orçamento total do País, em TICs. Investimentos Há um campo bastante fértil no setor de saúde. Seja com o aumento da expectativa de vida da população mundial ou no aumento do número de doentes crônicos e a TICs tem participação fundamental nesse processo. "Para ter acesso à informação é necessário tecnologia, não há outra saída" pontua o diretor executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Daniel Coudry. E o terreno no Brasil é oportuno, segundo o executivo, o País ganhou em uma década, 15 milhões de usuários de saúde privada, o mercado brasileiro já é o segundo mercado de saúde privada no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o setor já representa 8% do PIB nacional. Outro fator, é que o setor de saúde brasileiro está em um momento em que a integração e a gestão das informações passam a ser parte de outra discussão: a relação entre operadoras e prestadores de serviço. O modelo de pagamento praticado em 95% de negociações no Brasil é o fee for service , e há a discussão sobre alternativas ao formato, como o pagamento de desempenho possivelmente medido por indicadores, mas o desafio é conseguir padronizar e integrar os dados. http://www.saudebusinessweb.com.br/noticias/index.asp?cod=76856
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