O aumento da renda da população, aliado à expansão do programa Farmácia Popular e ao lançamento de novos produtos a partir de patentes recém-expiradas, está fazendo as vendas de genéricos disparar.
As vendas cresceram 32% no primeiro trimestre, ante igual período do ano passado, e chegaram a 123,7 milhões de unidades. Em faturamento, a alta foi de 37,4% (para R$ 1,7 bilhão), na mesma base de comparação.
O crescimento, recorde para um primeiro trimestre desde que o surgimento dos genéricos, em 2001, acontece sobre uma base de crescimento também recorde.
Em 2010, o setor cresceu 33,1%, ante uma média ao longo da década de 25% ao ano. Em faturamento, a alta no ano foi de 37,7%, atingindo R$ 6,2 bilhões.
Os três medicamentos mais populares lançados como genéricos no ano passado --atorvastatina (genérico do Lipitor, de combate ao colesterol), valsartanta (do Diovan, para hipertensão) e sildenafil (do Viagra, para disfunção erétil)-- já detêm, juntos, 3,8% do mercado, em faturamento.
"As pessoas estão conseguindo comprar medicamentos que antes não conseguiam", diz Odnir Finotti, presidente da Pró Genéricos, associação das indústrias de genéricos e responsável pelos dados.
Finotti cita o caso do medicamento contra colesterol alto, cuja caixa custava cerca de R$ 200 e agora pode ser encontrado por R$ 80 a R$ 90 na versão genérica.
O programa Farmácia Popular, que oferece medicamentos gratuitamente mediante receita média, também está impulsionando as vendas.
Os oito medicamento oferecidos pelo programa já representam 14,6% das vendas da indústria, ante 12% no primeiro trimestre do ano passado. Um grande impulso veio em fevereiro, quando o governo incluiu na lista medicamentos de uso contínuo para hipertensão e diabetes.
"Quando o consumidor descobrir que pode pegar o medicamento de graça na farmácia, vai haver grande migração para a Farmácia Popular", acredita Finotti.
ANVISA
Segundo a Pró Genéricos, o setor também ganhou um aliado no governo: a Anvisa. Desde o início do ano, a nova diretoria da agência reguladora reabilitou uma gerência exclusiva para o registro de genéricos. Essa gerência exclusiva foi extinta na gestão de Dirceu Raposo de Mello, durante o governo Lula.
"Com a nova gestão, o processo de registro está mais rápido", diz Finotti.
No primeiro trimestre, o número de novos genéricos aprovados pela agência cresceu 72,5%. Foram 88 novos medicamentos, ante 51 no ano passado.
Cópias de medicamentos de referência cuja patente já expirou, os genéricos já detêm 24,1% do mercado farmacêutico nacional.
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