Urologista e nefrologista esclareceram dúvidas sobre cálculos renais.
Prevalência é de 5% a 20% da população e aumenta entre 30 e 50 anos.
O urologista Marcelo Vieira, do Hospital Samaritano, e o nefrologista Celso Amodeo, do Hospital do Coração, ambos em São Paulo, participaram de uma conversa com o G1 nesta quinta-feira (4), na sequência do Bem Estar, para falar mais sobre pedra no rim.
Os médicos explicaram que o limão pode proteger contra cálculos renais, mas em excesso as substâncias ácidas facilitam a precipitação dos cristais de cálcio. Tanto faz tomar água com ou sem gás, e o que deve ser evitado são as bebidas hipertônicas, que contêm sódio demais.
A infecção urinária é um fator que pode favorecer o aparecimento de pedras, mas não necessariamente quem tem muita infecção vai desenvolver esse outro problema. De acordo com Vieira, a formação de cálculos renais é um processo que leva anos e, para haver danos irreversíveis, insuficiência renal e até necessidade de transplante, só se a pessoa se descuidar por muito tempo.
Se o caso precisar de tratamento cirúrgico, deve-se procurar um urologista, responsável por limpar o rim. A partir daí, o acompanhamento no consultório, com orientações para evitar a reincidência, é feito com um nefrologista.
Não há estudos que comprovem que pessoas com apenas um rim tenham mais pedras, disse Amodeo. O pico de incidência da doença vai dos 30 aos 50 anos, completou Vieira. E, apesar de os homens sofrerem mais, a ocorrência em mulheres tem aumentado por conta de novos hábitos de vida e trabalho.
Se a pedra no rim for decorrente de ácido úrico, recomendam-se dieta e medicamentos para baixar esses níveis na circulação. Caso seja necessário retirar o cálculo, o procedimento é o mesmo para os de ácido úrico e cálcio. O nefrologista ressaltou que esse ácido é considerado fator de risco para doenças cardiovasculares.
Cólicas e urina turva, às vezes com sangue, podem ser sintomas de pedras nos rins. Tomar refrigerante, desde que não seja em excesso, não causa a doença e pode ser uma forma de hidratação, segundo os médicos.
Por outro lado, proteína animal, sal e cálcio são os principais componentes para a formação de cálculo renal. A hiperconcentração da urina também faz muito mal à saúde. Atividades profissionais que mantêm os trabalhadores em pé por longos períodos podem propiciar o problema, pois o hormônio antidiurético concentra mais o xixi quando as pessoas ficam de pé.
Dieta balanceada, atividade física regular e hidratação contínua (inclusive durante os exercícios) são fundamentais para evitar pedras nos rins. De acordo com o nefrologista, 76% do sal que os indivíduos ingerem vêm de alimentos industrializados, como enlatados, congelados e embutidos.
Os especialistas falaram, ainda, sobre tendência familiar. Em geral, a prevalência de doença renal no mundo varia de 5% a 20% da população. Se parentes de primeiro grau, como pais e irmãos, tiverem cálculos, esse risco sobe para 40% a 50%.
O tratamento costuma ser primeiro clínico e depois cirúrgico. Se a pedra for pequena – menor que 6 milímetros –, o controle é clínico e há 40% de chances de o objeto ser eliminado naturalmente.
Fonte G1
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