Contaminação de estofados, cortinas e roupas pode agravar crises respiratórias até em quem não fuma
Os componentes tóxicos do cigarro preocupam todas as áreas da medicina e os médicos agora chamam atenção para um novo efeito do tabaco chamado “tabagismo de terceira mão”.
Além do próprio fumante e dos que fumam por tabela (aspirantes da fumaça alheia, denominados de fumantes passivos), os pneumologistas alertam que os estofados do carro e de casa, as roupas, as toalhas e os tapetes também são contaminados pelas substâncias químicas deixadas pelo cigarro consumido em ambientes fechados, o que inflama os pulmões das pessoas que frequentam estes ambientes.
“Mesmo apagado, o fumo deixa um rastro de contaminação. A fumaça fica suspensa no ar e depois os resquícios do alcatrão e da nicotina são depositados em cada cantinho do ambiente”, explica Oliver Nascimento, diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.
“Esta contaminação é chamada de tabagismo de terceira mão, um conceito novo na área médica e ainda temos poucas informações sobre como amenizar as sequelas dele”, completa Nascimento.
“Sabemos que este rastro pode ser gatilho de crises respiratórias, como asma, bronquite e rinite até em quem não fuma, mas não sabemos ao certo se os produtos de limpeza são suficientes para combatê-los. Por isso, é preciso combater o problema na origem”.
Prevenção
Segundo os médicos, a melhor forma de amenizar o fumo de terceira mão é não “baforar” dentro de casa, carro, restaurantes, casas noturnas e outros locais fechados. Em alguns Estados brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro, já existem leis que proíbem o fumo em espaços sem ser ao ar livre e, nos planos do Ministério da Saúde para reduzir as mortes por doenças crônicas, a ideia é que a proibição seja estendida para todo território nacional.
Faltam dados oficiais sobre os prejuízos do fumo terciário, mas sobre o fumo passivo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) já contabilizou parcialmente os efeitos. De acordo com os dados publicados há dois anos, diariamente são sete mortes por câncer de não fumantes que adoecem só por causa da convivência próxima com o cigarro alheio.
O Vigitel, pesquisa de hábitos de risco na população, também já informou que um em cinco brasileiros que não fumam estão expostos aos malefícios do cigarro alheio, sendo as mulheres as principais vítimas.
“Já temos evidências de que o cigarro tem um círculo imenso de prejuízo, que envolve quem fuma e também os que nunca tragaram por vontade própria”, afirma Oliver Nascimento.
Fonte IG
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