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sábado, 22 de outubro de 2011

Diagnóstico de câncer de pele pode começar no salão de beleza

Médicos alertam: visão privilegiada que os barbeiros e cabeleireiros têm do couro cabeludo pode ajudar a detectar a doença

Se o cabeleireiro ou o barbeiro de confiança pode ser o fiel depositário dos mais profundos segredos de seus clientes – a idade, a verdadeira cor de cabelo ou mesmo o nome do cirurgião plástico –, ele também pode ser o primeiro a identificar os sinais reveladores de um câncer de pele mortal, o melanoma.

“Cabeleireiros e barbeiros podem desempenhar um papel fundamental na detecção precoce de melanoma se forem treinados a analisar a pele em busca de pintas e lesões atípicas enquanto estão cuidando dos cabelos de seus clientes”, afirma Alan C. Geller, da Escola de Saúde Pública de Harvard, em Boston (EUA) e principal pesquisador de um novo estudo.

“Eles têm uma visão única desses locais de alto risco”, diz Geller. Se virem algo diferente, podem sugerir ao cliente consultar um clínico geral ou um dermatologista.”

Cerca de 6% de todos os melanomas, o tipo mais mortal de câncer de pele, são encontradas no couro cabeludo e pescoço. Com a ajuda de um cabeleireiro, anormalidades potencialmente cancerosas podem ser detectadas cedo, quando são mais tratáveis, disseram os pesquisadores.

Muitos profissionais que lidam com os cabelos já afirmam examinar a cabeça, o pescoço e a face de seus clientes, de acordo com o estudo de Geller, publicado na edição de outubro da revista científica Arquivos de Dermatologia. E muitos que ainda não fazem isso demonstraram interesse em fazê-lo, segundo a pesquisa.

“Já fiz vários diagnósticos a partir de cabeleireiros disseram a seus pacientes para procurar um médico”, disse Michele Green, dermatologista no Hospital Lenox Hill, em Nova York. “Eles notam porque é isso o que fazem o dia todo.”

Para o estudo, a equipe de Geller revisou questionários respondidos por 203 cabeleireiros profissionais de 17 salões na área de Houston, no Texas (EUA). Entre outras questões, os cabeleireiros foram questionados sobre com que frequência procuravam pintas de aspecto e cor anormal na cabeça, no pescoço e no rosto de seus clientes.

No mês anterior à pesquisa, cerca de 37% dos cabeleireiros entrevistados disseram que tinham olhado para o couro cabeludo de metade dos seus clientes, quase 29% tinham examinado os pescoços de mais de metade dos seus clientes e cerca de 15% haviam checado os rostos de mais de 50% dos clientes. A cabeça e o pescoço provavelmente foram examinados mais frequentemente do que os rostos, pois cabeleireiros e barbeiros passam mais tempo atrás de seus clientes do que na frente deles, observaram os pesquisadores.

Quanto maior consciência dos cabeleireiros sobre práticas de proteção da pele, mais propensos eles foram a examinar a pele de seus clientes, segundo o estudo. Cerca de 50% dos cabeleireiros disseram que haviam recomendado a pelo menos um cliente que visitasse um médico para analisar uma pinta de aspecto anormal e 69% disseram que estavam “um pouco” ou “muito” propensos a dar aos clientes um panfleto com explicações sobre o câncer de pele.

Além disso, cerca de metade disse estar “muito” ou “extremamente” interessado em participar de um programa de educação sobre câncer de pele, e 25% disseram que “muitas vezes” ou “sempre” compartilhavam informações gerais de saúde com seus clientes. No entanto, menos de um terço realmente tinha algum treinamento formal sobre câncer de pele.

Shasa Hu, do departamento de dermatologia e cirurgia cutânea da Universidade de Miami, concordou que cabeleireiros e barbeiros podem desempenhar um papel significativo na detecção precoce do câncer de pele.

“Não queremos que os cabeleireiros diagnostiquem o câncer de pele. Queremos que eles prestem atenção ao couro cabeludo de seus clientes, especialmente em áreas que as pessoas não podem acessar facilmente, e apontar quaisquer lesões suspeitas, orientando-os a procurar um médico”, disse Hu.

Fonte IG

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