Por muito tempo se acreditou que comer frutos do mar poderia fazer mal para mulheres grávidas. Uma boa parte desses alimentos exige cuidado extra das gestantes, mas o peixe definitivamente não pode entrar nessa lista. Rico em ômega 3, ele deve fazer parte da dieta das gestantes.
De acordo com pesquisas feitas no Canadá, mães que comem mais ômega 3 tem bebês com uma visão melhor. Além disso, estas crianças tiveram uma resposta mais efetiva ao desenvolvimento muscular e mental. A nutricionista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Viviane Chaer explica que esta substância é essencial para a formação do cérebro e dos neurônios da criança durante a gravidez.
O ômega 3 está presente em peixes como salmão, bacalhau, truta, sardinha e atum e é responsável pela “limpeza corporal”. Alberto D’Aurea, ginecologista e obstetra da Maternidade Santa Joana, diz que esse nutriente limpa o corpo dos restos metabólicos, os radicais livres. “O ômega 3 tem a capacidade de limpar as reações de todos os meios em que consegue penetrar. E ao se purificar o meio que alimenta o feto, com certeza se oferta proteínas mais limpas a ele”, afirma D’Aurea.
Outra pesquisa recente mostra que crianças cujas mães consumiram, no mínimo, 340 gramas de frutos do mar por semana obtiveram maior QI verbal e uma avaliação superior em habilidades de comunicação. “Todos os benefícios vindos de uma alimentação balanceada na gravidez, você percebe de forma clara nos primeiros sete anos de vida da criança”, comenta o ginecologista.
Com moderação
Apesar de conter baixo teor de gordura, os peixes e frutos do mar ainda apresentam certos perigos. Segundo Viviane, é com o mercúrio que a futura mamãe deve se preocupar. “Todo peixe vai ter uma determinada concentração de mercúrio que é tolerável. Em quantidades pequenas não faz mal ao nosso organismo”, explica a nutricionista.
Em altas doses, o mercúrio pode ser armazenado em órgãos como rins, fígados e pâncreas. A nutricionista afirma que em altíssimas doses, a substância pode causar problemas neurológicos e musculares. Ela explica que, além de tentar descobrir a região de onde vieram os animais, é bom evitar o consumo de peixes predadores como o cação, porque eles tendem a ter maior concentração da substância no organismo.
Para D’Aurea, é complicado saber de que região o peixe veio, por isso, o obstetra prefere delimitar as porções do alimento para a gestante. “Se a grávida conseguir ingerir três vezes por semana, um filé de peixe de aproximadamente 150 gramas, está muito bom”, recomenda.
Mas e o sushi?
“Gestantes que nunca tiveram contato com o toxoplasma estão proibidas de ingerir peixe cru”, afirma categoricamente Alberto D’Aurea. O obstetra diz que a melhor forma de ingestão de peixes, mesmo para mulheres que já tiveram toxoplasmose, é mesmo assada ou grelhada. Já Viviane Chaer recomenda que as grávidas tenham a mesma preocupação com peixes cozidos e crus. “Precisa verificar se o peixe está fresco e se ele teve uma técnica higiênica de preparo”, diz ela.
Os frutos do mar que são consumidos de sua forma natural (ostras e mariscos) também devem ser evitados, de acordo com os especialistas. Eles explicam que esses alimentos crus tem maior tendência a dar infecções gastrointestinais e as gestantes precisam se manter afastadas destes tipos de doença.
“Se por um acaso, a grávida pega uma infecção, ela terá que ser tratada com medicações potentes, que podem ter efeito no feto”, aponta Chaer. “O médico fica de mãos atadas quando se vê num combate a uma infecção forte em uma grávida”, completa D’Aurea.
Fonte Delas
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